Notícia

Alergia ao leite de vaca em crianças

Especialistas dão dicas e orientações sobre a ocorrência da alergia mais comum em crianças

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Fonte

SBP

Data

sexta-feira, 25 setembro 2015 20:30

Áreas

Pediatria.

A alergia às proteínas do leite de vaca atinge cerca de uma em cada 20 crianças lactentes.  É uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite. Deve ser diferenciada da intolerância à lactose que não está relacionada ao sistema imunológico e sim à deficiência da enzima lactase e, portanto, apresenta outro tipo de apresentação clínica. Na alergia, as manifestações ocorrem  através de lesões na pele com coceira e inchaço, diarreia ou vômitos, anafilaxia e, raramente, por sintomas respiratórios como chiado no peito, tosse e espirros. A cólica do lactente pode ser uma manifestação associada à alergia ao leite de vaca. O pediatra poderá verificar se este sintoma tem relação ou não com um quadro alérgico.

O risco desta alergia atingir uma criança aumenta em até 40% quando um familiar de primeiro grau (pais ou irmãos) é alérgico. A maioria dos casos ocorre no primeiro ano de vida e a alergia pode ser confirmada com exames laboratoriais ou dermatológicos. Porém, a boa notícia é que esta é uma das poucas alergias que desaparece ao longo do tempo. Somente cerca de 15% das crianças alérgicas ao leite de vaca mantém a alergia quando adultos.

A alergia à proteína do leite de vaca não deve ser confundida com a intolerância ao açúcar presente no leite (lactose), porque são ocorrências bem diferentes. As manifestações da alergia ocorrem logo após a ingestão do leite de vaca (mesmo em pequena quantidade) e os sintomas na pele são os mais frequentes, podendo estar associados a sintomas gastrointestinais ou respiratórios. Outra forma de alergia às proteínas do leite de vaca é chamada alergia não mediada por anticorpos (IgE). Esta se apresenta com sintomas mais tardios, ou seja, o paciente ingere o leite de vaca e depois de algumas horas começa com diarreia, vômitos ou sangue nas fezes. Já no caso da intolerância à lactose, ocorre uma diminuição da enzima que atua sobre o açúcar do leite (lactase) no intestino – fato comum em bebês com diarreia grave. Esta intolerância é transitória. Melhorando o quadro gastrointestinal, a quantidade da enzima volta ao normal e a criança volta a tolerar o leite.

Para que o pediatra possa identificar se a criança é alérgica à proteína do leite, é fundamental que os pais relatem a história alimentar da criança e o aparecimento dos sintomas de forma bem minuciosa. Exames complementares auxiliam no diagnóstico, como exames de sangue para dosagem de anticorpos.

O tratamento mais utilizado para alergia às proteínas do leite de vaca é retirar o leite e seus derivados da dieta alimentar da criança. Dentre os principais alimentos destacam-se: bebidas lácteas, margarinas, manteiga, chocolates, iogurtes, cremes de queijo e doces caramelizados. As crianças precisam de um alimento adequado que substitua o leite de vaca e ofereça quantidades adequadas de nutrientes nesta fase do desenvolvimento. As proteínas dos leites de vaca e de cabra têm muita semelhança entre si. Portanto a maioria dos pacientes alérgicos ao leite de vaca também são ao leite de cabra ou de outros mamíferos. Apenas 10% das crianças alérgicas ao leite de vaca têm alergia à carne bovina, por isso é preciso fazer o estudo desta possibilidade antes de indicar a restrição da carne.

A criança alimentada somente com leite materno até os quatro meses de vida tem menor risco de alergia ao leite de vaca nos dois primeiros anos de vida. Não há comprovação de que a dieta de restrição alimentar da mãe durante a gestação e na amamentação possa prevenir alergias alimentares na criança. A restrição do leite de vaca e derivados para a mãe somente deve ser considerada se houver reações comprovadamente alérgicas no lactente que estiver sendo amamentado.

Assista ao vídeo do Dr. Antônio Pádua sobre a Alergia ao leite de vaca (canal 10 minutos de saúde).

Fonte: Departamento de Alergia e Imunologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Imagem: Shutterstock.

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