Notícia
Nanotecnologia: avanços no tratamento da doença de Parkinson
Objetivo da pesquisa científica é obter nanopartículas poliméricas multifuncionais
Divulgação, Fapitec/SE.
Fonte
Fapitec/SE
Data
quarta-feira, 23 setembro 2015 10:05
Áreas
Nanotecnologia. Neurologia. Biologia Molecular.
A doença de Parkinson é um distúrbio progressivo do sistema neurológico que afeta o cérebro e é um dos principais distúrbios nervosos que acometem a terceira idade. É caracterizado, principalmente, por prejudicar a coordenação motora, provocar tremores e dificuldades para caminhar e se movimentar. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 3,3% dos brasileiros com mais de 70 anos possuem a doença de Parkinson.
Para buscar novas alternativas de tratamento para a doença, estudos com uso da nanotecnologia estão sendo desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Tiradentes. O projeto é fruto do edital de Mobilidade Acadêmica desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE).
O doutor em Química, Luiz Pereira da Costa conta que, desde 1960, pesquisadores no mundo, realizam pesquisas na área de nanotecnologia, tendo uma busca constante por novos equipamentos e dispositivos que possam melhorar a visualização e melhorar as metodologias de preparação.
Segundo o pesquisador Luiz Pereira da Costa, o objetivo do projeto é obter nanopartículas poliméricas multifuncionais. Nessas nanopartículas, ancorar fármacos para fazer a entrega inteligente, em que se tem um fármaco em uma dose menor com uma entrega local. “A ideia é que o fármaco seja direcionado para a região onde ele vai atuar, Minimizando assim, os efeitos adversos e potencializando os efeitos desejados do medicamento. Isso faz com que ele permaneça um pouco mais de tempo no organismo para sua entrega. Então, daí, a denominação inteligente. Basicamente, o nosso projeto consiste em preparar e caracterizar essas nanopartículas. Já estamos em uma etapa bem avançada do projeto. Já preparamos as nanopartículas e temos imagens de Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM) confirmando as suas dimensões e morfologia. Agora, estamos na etapa do ancoramento dos fármacos para, em seguida, fazermos as aplicações in vivo”, adianta o pesquisador.
O Dr. Luiz Pereira conta que já há um projeto aprovado no Comitê de Ética para estudos com o sistema formado para o tratamento de Parkinson. O projeto é desenvolvido em rede com pesquisadores de várias áreas, que estão aplicando os sistemas desenvolvidos.
“É uma rede muito grande (envolvendo Universidades de fora do país inclusive), mas, na nossa região, temos poucos estudos nessa área. Já temos aqui, parcerias com colegas aplicando as nanopartículas para tratamento de Parkinson e regeneração neuronal. Outros pesquisadores estão utilizando para tratamentos hepáticos, gástricos e intestinais. Estamos tentando abordar uma linha de doenças negligenciadas que têm sido temas de pesquisas de agências de fomento como a Fapitec, CNPq e Capes. Estamos tentando desenvolver um trabalho mais multidisciplinar possível e direcionado para a população. Sabemos que, no Brasil, as coisas não são tão rápidas como gostaríamos, mas pelo menos os ensaios estão sendo voltados para aplicação em doenças que acometem muito a população. Os resultados têm sido bem promissores”, afirma o pesquisador Dr. Luiz Pereira.
Benefícios
O pesquisador Luiz Pereira explica que o tratamento com nanopartículas traz grandes benefícios para os pacientes, pois o que se busca nessa área é ganhar os efeitos bons, sem os efeitos colaterais indesejados, garantindo uma melhor qualidade de vida para os pacientes. Os estudos também são voltados para tratamento do câncer. Os pesquisadores tentam ancorar, nessas nanopartículas, moléculas que são marcadores biológicos como reconhecedores de proteínas excretadas em células cancerosas.
“Quando conseguimos ancorar marcadores nessas partículas fazemos com que a molécula de nosso interesse reconheça a molécula que causa dano à célula e se ligue também a ela. Isso ajuda para que o carreamento seja feito naquela região bem pontual de maneira que sejam minimizados os grandes efeitos hoje da quimioterapia de câncer, por exemplo; então é um mundo a se pesquisar, uma linha de trabalho que abre muitos campos”, avalia.
Fonte: Fapitec/SE. Imagem: Divulgação, Fapitec.
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