Notícia
Método molecular identifica fungo que se aloja no pulmão
Técnica pode antecipar tratamento de pessoas imunossuprimidas portadoras do microorganismo
Antoninho Perri e Fábio Reis, Unicamp.
Fonte
Unicamp
Data
terça-feira, 22 setembro 2015 19:20
Áreas
Biologia Molecular. Pneumologia. Microbiologia.
O Pneumocystis jirovecii é um fungo ascomiceto, assim denominado por produzir uma caixa de esporos, unicelular, oportunista, que pode estar presente em pulmões humanos na sua forma dormente sem causar doença, como também pode dar origem à pneumonia grave em pessoas imunossuprimidas – que apresentam redução da atividade ou eficiência do sistema imunológico – principalmente as portadoras de HIV/Aids. Os métodos laboratoriais de baixo custo para a sua detecção empregados no Brasil utilizam a coloração em lâmina e são pouco sensíveis, evidenciando a presença do fungo somente em casos de infecção avançada. Os métodos moleculares são considerados mais eficientes e têm oferecido alternativas para o entendimento da biologia e da doença causada por esse microrganismo. A biologia molecular se dedica ao estudo da biologia em nível molecular, tendo como foco principal a determinação da estrutura e da função do material genético por ele expresso, as proteínas.
Com o objetivo de detectar com mais acurácia a presença de Pneumocystis jirovecii em pacientes com doença pulmonar, a bióloga Cristina Rodrigues dos Santos desenvolveu método molecular que usa a PCR, sigla derivada do inglês para designar a reação em cadeia da polimerase, que utiliza uma enzima de bactéria que auxilia a multiplicação do DNA. Enquanto a técnica de coloração de lâmina com azul de toluidina, pouco sensível, localiza apenas os cistos, ou seja, uma fusão de células, a PCR identifica fragmentos de DNA, permitindo múltiplas cópias dos seus segmentos. O método revelou alta positividade (65%) de casos de indivíduos que portavam o fungo, em situações em que estava na forma dormente ou tinha causado pneumonia.
Somado à história clínica do paciente, o método estudado pode servir de auxílio no diagnóstico diferencial de pneumonia realmente causada pelo Pneumocystis jirovecii, permitindo pronto tratamento ou medidas preventivas nos casos ainda não manifestos.
O trabalho, desenvolvido junto ao Laboratório de Pesquisa em Aids do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi orientado pelo Prof. Dr. Francisco Hideo Aoki, da Área de Infectologia, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, e coorientado pela Profa. Dra. Ângela Maria de Assis, da mesma unidade. O docente explica que o Laboratório, por ele coordenado, é responsável por cerca de 95% dos exames realizados em pacientes com HIV/Aids atendidos pelo complexo hospitalar e pela macro região de Campinas.
Leia mais na reportagem do Jornal da Unicamp.
Fonte: Carmo Gallo Netto, Jornal da Unicamp. Imagem: Antoninho Perri e Fábio Reis, Unicamp.
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