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INT desenvolve biocerâmicas para regeneração óssea
Pesquisadores destacam o campo da medicina regenerativa como área estratégica na diminuição do custo social da saúde
Divulgação, INT
Os biomateriais para saúde impactam no sistema de saúde pública e na balança comercial de muitos países porque são em sua grande maioria importados dos Estados Unidos, Europa e Japão. O monopólio sobre a pesquisa, desenvolvimento, produção e comercialização impõe elevados preços que superam o custo real de desenvolvimento e produção, restringindo o seu uso em hospitais. Dessa forma, se faz necessário ampliar a produção destes produtos com qualidade e preços competitivos, para garantir a melhora da qualidade de vida da população brasileira.
Segundo a Dra. Marize Varella de Oliveira, Chefe do Laboratório de Tecnologia de Pós do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o Dr. Alexandre Antunes Ribeiro, pesquisador do grupo, “O campo da medicina regenerativa representa uma área estratégica devido ao seu reflexo na diminuição do custo social de saúde. As biocerâmicas à base de fosfatos de cálcio são constituintes inorgânicos que estão imersos em uma matriz de colágeno em forma de nanocristais de hidroxiapatita. Tais materiais são denominados “apatitas biológicas” e se encontram presentes em ossos, dentes e tendões de mamíferos, com a finalidade de promover estabilidade, dureza e função a estes órgãos”. Os pesquisadores assinam artigo na edição de setembro de 2015 da revista Inovativa, publicação do INT.
O grupo de biomateriais do Laboratório de Tecnologia de Pós (LATEP) da Divisão de Processamento e Caracterização de Materiais (DPCM) do INT é um dos principais grupos de pesquisa em biocerâmicas do Brasil. “O grupo vem desenvolvendo produtos à base de fosfatos de cálcio, a exemplo das nanopartículas de hidroxiapatita sintetizadas por precipitação em via úmida e biocerâmicas nanoestruturadas. Os produtos têm potencial para serem empregados no campo da cirurgia maxilofacial, ortopedia e odontologia”.
” Fosfatos de cálcio sintéticos, em particular a hidroxiapatita sintética, possuem similaridade em composição química e estrutural com as “apatitas biológicas”. Estas cerâmicas têm demonstrado possuir alta biocompatibilidade, que lhes permitem integrar-se aos tecidos vivos através do processo natural de remodelação óssea. Por esta razão, nos últimos anos, o emprego de fosfatos de cálcio sintéticos para uso em medicina regenerativa tem proporcionado aos cirurgiões uma ampla variedade de materiais: cerâmicas, vitrocerâmicas, biovidros, cimentos ósseos e compósitos à base de fosfatos de cálcio, com aplicações na restauração óssea e na liberação controlada de fármacos”, destaca a pesquisadora.
“As biocerâmicas nanoestruturadas podem ser fabricadas sem a necessidade do uso de altas temperaturas de processamento, como nos métodos convencionais. O emprego da nanotecnologia representa uma alternativa promissora para a produção de implantes e substitutos ósseos à base de biocerâmicas com melhores propriedades mecânicas e biológicas”, concluem os pesquisadores.
O projeto de pesquisa, subsidiado pela FAPERJ (PPSUS – Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde), vem sendo realizado em cooperação com o Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PEMM/UFRJ) e em cooperação internacional com o Centro de Biomateriais da Universidade de Havana/Cuba (UH/BIOMAT). Outro parceiro da pesquisa é o Centro de Terapia Celular e Molecular da Universidade Federal de São Paulo (CTCMol/UNIFESP), que possui competência em avaliação da biocompatibilidade por meio de ensaios em cultura de células (in vitro) e em animais (in vivo).
Fonte: INT. Imagem: Divulgação, INT.
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