Notícia
Brinquedo terapêutico prepara a criança para a vacina
Estudo realizado por estudantes de enfermagem do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, mostra melhora na aceitação da vacina
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A administração de vacinas em crianças permite que a imunização perante determinadas moléstias tenha efeito protetor. No entanto, a experiência para a criança pode não ser agradável. Procedimentos dolorosos podem provocar medo e sofrimento físico e emocional à criança, principalmente se esta não foi esclarecida, preparada e apoiada devidamente. A atividade lúdica propicia um processo mais saudável devido ao relaxamento e sensações aprazíveis percebidas no ato de brincar. A utilização de brinquedos terapêuticos tem sido empregada por profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros, com o intuito de preparar as crianças de modo instrucional para amenizar distúrbios emocionais e temores observados durante a aplicação de vacinas.
Na edição de junho de 2015 da revista científica Einstein (Vol.13 n.2), as estudantes Jéssica Pontes, Elaine Tabet e Maria Folkmann, do curso de graduação em Enfermagem da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, em São Paulo, publicaram um estudo sobre a efetividade do uso de brinquedo terapêutico em crianças antes da vacinação. As estudantes tiveram a orientação das professoras Dra. Mariana Cunha e Dra. Fabiane Almeida. A finalidade do estudo foi identificar os comportamentos apresentados por crianças na aplicação da vacina após o preparo com o brinquedo terapêutico instrucional e comparar os comportamentos apresentados durante a vacinação pelas crianças que receberam o preparo com o brinquedo terapêutico instrucional e aquelas que não o receberam. Participaram da pesquisa 60 crianças, entre 3 e 6 anos, submetidas à vacinação. As crianças foram divididas em grupo experimental, com 30 crianças que participaram de uma sessão de brinquedo terapêutico instrucional antes da vacinação, e em grupo controle, com 30 crianças que não receberam nenhum preparo emocional prévio. Os dados foram coletados por meio da observação da criança durante a vacinação e entrevista com seu responsável.
Para registro dos dados, foi utilizado um formulário com dados de identificação da criança e reações apresentadas por ela ao ser vacinada. As sessões de brinquedo terapêutico instrucional foram realizadas individualmente, utilizando-se uma boneca, seringas descartáveis, agulhas, algodão e adesivos para punção venosa. A pesquisadora demonstrava o procedimento na boneca, solicitando a participação da criança que, ao final da dramatização, era convidada a repetir a brincadeira. Após a sessão de brinquedo terapêutico instrucional, que durou em média 20 minutos, as crianças e seus acompanhantes eram encaminhados à sala de vacinação, onde eram observadas individualmente pela pesquisadora, durante a aplicação da vacina.
Nos resultados foi verificado que as principais reações no grupo experimental foram “ficar quieta” (25,83%) e “colaborar espontaneamente” (24,80%). No grupo controle, foram: “chorar e agarrar-se aos pais” (15,50%), “rubor facial” (11,36%), “agitação” (10;33,3%) e “pedir colo” (6,20%).
Como conclusão, as crianças preparadas com o brinquedo terapêutico instrucional antes da vacina apresentaram reações que evidenciam maior aceitação durante o procedimento, permanecendo quietas, colaborando espontaneamente, demonstrando tranquilidade e sorrindo. Reações relacionadas à menor aceitação do procedimento predominaram entre as crianças que não receberam o preparo com o brinquedo terapêutico instrucional, como: chorar, empurrar, agitar-se, ficar com rigidez muscular, rubor facial e transpiração.
O brinquedo terapêutico mostrou-se eficiente no preparo da criança para a vacina, reforçando, mais uma vez, o valor do brinquedo na assistência à criança. Os pesquisadores recomendam que essa prática se torne rotineira não apenas no ambiente hospitalar, mas nos diferentes contextos de atendimento da criança.
Fonte: Revista Einstein. Imagem: Shutterstock.
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