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Estudo analisa o consumo de alimentos impróprios para crianças menores de dois anos

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Fonte

Revista da Universidade Vale do Rio Verde

Data

segunda-feira, 20 julho 2015 12:35

Áreas

Alimentação e Nutrição.

A alimentação adequada nos primeiros anos de vida é fundamental para a saúde, o desenvolvimento e o crescimento infantil, com repercussões ao longo de toda a vida. O leite materno, por ser o único alimento a suprir todas as necessidades nutricionais do bebê, deve ser o único alimento administrado nos seis primeiros meses de vida. Após esta idade, a amamentação deve continuar até os dois anos de vida ou mais, com a adição de alimentos complementares adequados e saudáveis.

Em estudo publicado recentemente na Revista da Universidade Vale do Rio Verde (Unincor), a nutricionista Fabrícia de Souza Ferreira, pós-graduanda em Nutrição Clínica, realizou estudo transversal considerando a alimentação de 63 crianças com até dois anos de idade, na cidade de João Pessoa (PB), e analisou os alimentos complementares introduzidos até esta faixa etária.

O estudo, que agrega também outros resultados de pesquisa recentes, indicou observações importantes do ponto de vista de inadequação da alimentação até os dois anos de idade.

Como primeiro resultado importante, foi observada quantidade significativa (71%) de crianças que tiveram o aleitamento materno exclusivo (AME) interrompido precocemente, sendo que várias delas tiveram alimentação complementar introduzida antes do 4º mês, ou então desmame total antes de 12 meses. O abandono precoce do aleitamento exclusivo predispõe ao aparecimento de obesidade e doenças crônicas, além e propiciar o aparecimento de várias morbidades.

Foi também observada a alta prevalência na introdução precoce de vários alimentos inadequados nesta faixa etária, o que pode levar a resultados negativos em vários aspectos. Os alimentos mais consumidos pelas crianças observadas foram o leite de vaca e o iogurte ou bebida láctea. O uso precoce do leite de vaca, principalmente antes dos 12 meses, pode desencadear alergias alimentares e sobrecarga renal e imunológica, além de restringir a absorção de ferro, que pode levar à anemia ferropriva. O mesmo pode acontecer com o consumo de bebidas lácteas, que ainda possuem grande quantidade de corantes, que não devem ser ingeridos por crianças menores de um ano.

A pesquisa ainda listou o consumo de doces, açúcar de adição, sopa, suco industrializado, biscoite recheado, frituras, refrigerantes, enlatados, mel, café e outros alimentos inadequados para o consumo de crianças até dois anos. Os refrigerantes, por exemplo, são extremamente ácidos para o organismo infantil, reduzindo o teor de cálcio pelo excesso de acidulantes e enfraquecendo os ossos.

A nutricionista Fabrícia Ferreira destaca que a introdução inadequada de alimentos complementares está diretamente associada ao atraso de desenvolvimento e ao aparecimento de morbidades infantis. Com a alta frequência no abandono do aleitamento exclusivo e do tempo de aleitamento materno, a pesquisadora ressalta a necessidade de ações para conscientizar os pais a respeito da idade adequada e a formas correta de introdução alimentar, informando sobre os malefícios causados pela introdução precoce e imprópria de alimentos.

Fonte: Revista da Universidade Vale do Rio Verde. Imagem: Shutterstock.

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