Notícia
Biomecânica Reprodutiva: inovações e desafios
Estudos podem ajudar a compreender problemas na gestação e no parto

A edição do mês de junho de 2015 da revista científica Journal of Biomechanics (vol. 49, n.9) apresenta uma série de artigos sobre Biomecânica Reprodutiva. Nos últimos anos, essa temática tem sido alvo crescente nas publicações e apresentações em eventos científicos devido a inovações e desafios apontados nessa área específica. Os editores convidados Dr.David Elad, do Departamento de Engenharia Biomédica da Universidade TelAviv, Israel e Dr. Steven Abramowitch, do Departamento de Bioengenharia da Universidade Pittsburgh, descrevem no editorial os avanços que tem ocorrido nesse campo.
Dentre os estudos divulgados nesta edição da revista destacam-se:
O papel mecânico do colo uterino na gestação
O estudo aborda a importância da manutenção da função mecânica adequada do colo uterino para conservar a gestação a termo (período de 36 a 40 semanas) e permitir que o feto se desenvolva por completo. Disfunções cervicais podem ocasionar um parto pré-termo (período entre 20 e 36 semanas) e provocar a morte fetal, que acomete cerca de um milhão de bebês, segundo dados da Organização Mundial da Saúde em 2014. Metodologias que permitam caracterizar as alterações mecânicas verificadas no parto e avaliações quantitativas como reconstrução em modelos 3D, análise das propriedades dos materiais dos tecidos e desenvolvimento de biomarcadores mecânicos podem auxiliar na compreensão das alterações mecânicas que afetam o colo uterino na gestação.
(Kristyn M. Myers et al., p.1511-23)
Avaliação mecânica do remodelamento do colo uterino na gestação: Concepção de um modelo sintético
O artigo trata da ligação entre as variações histológicas (morfológicas e bioquímicas) e as alterações mecânicas que ocorrem durante o remodelamento do colo uterino através da elaboração de um modelo morfológico 3D baseado em três elementos: forma do colágeno, interação onda de contração-tecido uterino e teoria de mistura constitutiva. A conexão entre as modificações na microarquitetura durante a gestação e o comportamento viscoelástico do colo uterino pode ser melhor analisada através de um modelo multi-escala que permite avaliar o papel das fibras colágenas durante a gestação.
(L.Peralta et al., p. 1557-65)
Influência da forma da cabeça do feto no comportamento biomecânico da musculatura pélvica durante o parto normal
As disfunções do assoalho pélvico mais comuns em mulheres são a incontinência urinária, o prolapso de órgão pélvicos e a incontinência fecal. Uma em cada dez mulheres pode necessitar de correção cirúrgica para esse tipo de problema. O parto normal é considerado um fator de risco para o desenvolvimento da disfunção do assoalho pélvico. Nesse estudo foram utilizados modelos de elementos finitos, um rígido e um flexível, para representar os efeitos da passagem da cabeça do feto no assoalho pélvico (músculos, ossos e corpo do feto). Foi observado que a passagem da cabeça do feto, no modelo flexível, pelo canal do parto reduziu em 17,3% as forças de reação na musculatura pélvica, quando comparada com o modelo rígido.
(MET Silva et al., p.1600-5)
Prática de futebol e incontinência urinária: Relação entre morfologia, função e biomecânica
Existe uma alta prevalência de incontinência urinária (IU) em gestantes atletas devido ao aumento da pressão intra-abdominal. O estudo avalia se, de acordo com as características estruturais e biomecânicas da musculatura pubovisceral, pode ocorrer a incontinência urinária. Através de uma simulação numérica com o método de elementos finitos foram comparadas as imagens de ressonância magnética dinâmica da musculatura pubovisceral de 12 atletas (portadoras e não portadoras de IU). Apesar da musculatura mais espessa nas atletas, esse fator isoladamente não foi suficiente para prevenir a IU.
(Thuane da Roza et al., p.1587-92)
Fonte: Journal of Biomechanics.
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