Notícia

Pesquisadores da UFRN pesquisam uso da terapia larval em humanos

Técnica envolve o uso de larvas de moscas no processo de cicatrização de feridas

Fonte

UFRN

Data

terça-feira, 16 junho 2015 18:20

Áreas

Ciências Biológicas. Microbiologia. Parasitologia.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) é pioneira no Brasil no uso do desbridamento biológico em humanos, termo técnico utilizado pelos profissionais para a aplicação intencional de larvas de moscas em ferimentos de difícil cicatrização.

Desde 2011, o projeto “Uso da Terapia Larval no tratamento de úlceras de difícil cicatrização em pacientes no Hospital Universitário Onofre Lopes” é desenvolvido por uma equipe do Departamento de Microbiologia e Parasitologia do Centro de Biociências da UFRN.

A coordenadora do projeto e professora do Centro de Biociências da UFRN, Dra. Renata Antonaci Gama enfatizou que a aplicação em humanos é pioneira no Brasil, porém é utilizada comumente nos hospitais dos Estados Unidos, Europa e alguns países da América Latina.

O desbridamento biológico consiste na utilização de larvas estéreis de moscas criadas em laboratório sobre úlceras crônicas com a presença de tecido morto, com a finalidade de otimizar a cicatrização destas lesões. Após a captação dos insetos no meio ambiente, manutenção dos mesmos em laboratórios, poedura e esterilização dos ovos, as larvas são encaminhadas ao hospital onde são aplicadas sobre as úlceras.

Essas larvas são necrobiontófagas, isto é, alimentam-se de tecidos mortos de um animal vivo. Atualmente são utilizadas duas espécies: a Chrysomya Putoria e Chrysomya Megacephala. “Elas auxiliam na cicatrização alimentando-se somente de tecido necrosado, pus e bactérias, preservando a parte saudável do ferimento”, explicou Renata.

As larvas são colocadas e mantidas na ferida durante 48 horas. Nesse período, ingerem a parte morta, pus e bactérias que, ao passar pelo sistema digestório, morrem. Adicionalmente, nesse processo, ao se locomoverem sobre a lesão, liberam amônia e proteínas cicatrizantes que matam as bactérias, estimulando a cicatrização.

Este projeto teve início em 2011, obtendo excelentes resultados nos pacientes que receberam a terapia larval. Logo, muitos fatores comprovaram o procedimento como uma alternativa viável, tanto do ponto de vista econômico quanto científico no tratamento de feridas e um importante aliado na diminuição das amputações. Entretanto, os pesquisadores destacaram, “nossa expectativa é conseguir financiamento para cultivar larvas em larga escala”, conforme disse a coordenadora Renata.

Fonte: UFRN

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