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Obesidade materna compromete o sistema imune do bebê

Pesquisa mostra ligação entre obesidade materna antes e durante a gravidez e os resultados imunes neonatais

Shutterstock

Fonte

Universidade da Califórnia em Riverside, EUA

Data

domingo, 31 maio 2015 12:15

Áreas

Obstetrícia.

A obesidade é um grave problema de saúde pública, e tem sido associada a problemas de saúde como doenças cardíacas, câncer e hipertensão. Ela pode complicar a gravidez, aumentando o risco de diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, parto prematuro ou um bebê com defeitos congênitos.

A obesidade materna também está ligada a vários resultados adversos para a saúde do bebê que podem persistir até a idade adulta, como diabetes Tipo 2 e doenças cardiovasculares. Mas quando exatamente o sistema imunológico dos bebês nascidos de mães obesas fica comprometido? Muito cedo na vida do bebê, de acordo com um novo estudo realizado por uma equipe de pesquisadores liderada pela Profa. Dra. Ilhem Messaoudi, da Universidade da Califórnia em Riverside

Os pesquisadores analisaram amostras de sangue do cordão umbilical de recém-nascidos de mães magras, com sobrepeso e obesas, e descobriram que o peso materno pré-gravidez tem um impacto significativo sobre o sistema imunológico do recém-nascido, colocando essas crianças em risco para doenças potenciais, tais como doenças cardíacas e asma.

O estudo piloto, realizado em 39 mães em Portland, EUA, está publicado on-line no PubMed e em breve estará publicado na revista científica Pediatric Allergy and Immunology.

“Uma série de estudos têm ligado a obesidade materna – a partir do início da gravidez com excesso de peso e ganhando muito peso durante a gravidez – a uma maior incidência de doenças cardiovasculares e asma em crianças”, disse Messaoudi, professora associada de ciências biomédicas na Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em Riverside. “Nosso estudo indica potenciais relações entre mudanças no sistema imunológico do bebê e o aumento da susceptibilidade e incidência dessas doenças mais tarde na vida.”

Os pesquisadores usaram categorias bem estabelecidas do Índice de Massa Corporal (IMC) (massa/altura2) para classificar as mães que participaram do estudo. A mãe foi considerada com excesso de peso com IMC entre 25 e 29,9, e obesa IMC superior a 30.

As mães foram todas para não-fumantes, não diabéticas, com gestação sem complicações e a termo. Cada mãe deu à luz apenas um bebê. Onze mães eram magras, 14 estavam acima do peso, e 14 eram obesas.

“Descobrimos que as células imunes específicas em circulação – monócitos e células dendríticas – isoladas de bebês nascidos de mães com IMC elevado foram incapazes de responder a antígenos bacterianos em comparação com os bebês nascidos de mães magras”, disse a Dra. Messaoudi. “Esses bebês também mostraram uma redução em células-T CD4. Estas mudanças podem resultar em respostas comprometidas em relação à infecção e vacinação.”

Além disso, os pesquisadores descobriram que células (eosinófilos) que desempenham um papel na resposta alérgica e patogênese da asma ficaram significativamente reduzidas no sangue do cordão umbilical de bebês nascidos de mães obesas.

A pesquisa é a primeira a mostrar a ligação entre obesidade materna durante a gravidez e resultados imunes neonatais, e mostra que alterações na imunidade já são detectáveis ​​ao nascimento e podem persistir por toda a vida da criança até a idade adulta.

“Isso poderia mudar o modo como reagimos à vacinação e como nós respondemos a antígenos ambientais indutores de asma”, disse Messaoudi. “Como sabemos, nos dois primeiros anos de vida, as crianças normalmente recebem várias vacinas. As questões que se colocam são: As respostas a vacinas em crianças nascidas de mães obesas também são prejudicadas nos dois primeiros anos de vida? Devemos mudar a forma como muitas vezes vacinamos as crianças nascidas de mães obesas? Devemos mudar as práticas da frequência das vacinas ? ”

Messaoudi vê o trabalho de pesquisa como um ponto de partida para novos estudos e uma chamada à ação.

Se você está pensando em se tornar ou já está grávida, converse com seu obstetra sobre gestão de peso, ganho de peso e os alvos ideais para o ganho de peso“, disse ela. “Quando as mães vêm para consultas pré-natal, os médicos costumam falar sobre o tabagismo, uso de drogas e álcool. Mas eles devem falar também sobre o peso e controle de peso. A obesidade tem graves repercussões para a saúde materna. Ela está associada com baixa fertilidade e o sucesso com a gravidez. Taxas de diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, descolamento prematuro da placenta – todos esses riscos aumentam dramaticamente com o ganho de peso e obesidade. Por isso, é importante conversar com seu médico sobre o peso ideal no início da gravidez e durante toda a gravidez. ”

Fonte: Iqbal Pittawala, Universidade da Califórnia em Riverside. Imagem: Shutterstock

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