Notícia
Estudo internacional revela novas pistas para a origem da esquizofrenia
Pesquisa mostra resultados importantes sobre o funcionamento do sistema nervoso

Fonte
Universidade de Coimbra, Portugal
Data
terça-feira, 14 abril 2015 17:50
Áreas
Engenharia Genética. Neurologia.
Até agora, a comunidade científica assumia que a origem da Esquizofrenia é neuronal, mas um estudo internacional, liderado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), sugere que a origem desta patologia está na glia, que sustenta uma espécie de memória de longa duração do cérebro e que assume o suporte funcional dos neurónios.
A descoberta surgiu no âmbito de um estudo desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos, que visava analisar o papel dos receptores A2A para a adenosina (“antenas” que detectam a adenosina, molécula que indica sinal de perigo no cérebro) nos problemas de memória.
Experiências em ratos permitiram observar que, além de estarem presentes nos neurónios, os receptores A2A surgiam igualmente na glia, especialmente nos astrócitos, as células mais abundantes da glia. Intrigada, a equipe decidiu recorrer à engenharia genética e retirar os receptores A2A somente dos astrócitos para analisar possíveis reações.
Ao bloquear a presença de A2A na glia, os investigadores observaram que a comunicação dos neurónios fica seriamente comprometida: “notou-se uma perturbação disseminada ao sistema nervoso central e os ratos passaram a comportar-se como indivíduos que padecem de esquizofrenia”, sublinha o Dr. Rodrigo Cunha, coordenador do estudo que envolveu cientistas de dois grupos de investigação dos EUA.
Ou seja, tal como acontece na Esquizofrenia, “registaram-se três grandes tipos de alterações no funcionamento do sistema nervoso central dos animais, designadamente sintomas negativos (isolamento), sintomas positivos (alucinações visuais e sonoras, delírios, etc.) e problemas cognitivos (memória e concentração). Verificou-se ainda que os ratos ficaram ávidos de fármacos psicoativos”, descreve o pesquisador do CNC.
Os resultados deste estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), por fundos do QREN e por duas fundações norte-americanas, evidenciam que “os receptores A2A são responsáveis por garantir o equilíbrio entre a glia e os neurónios e sugerem que a glia pode ter um papel central no desenvolvimento de doenças psiquiátricas», sustenta o Dr. Rodrigo Cunha.
Ao desvendar mais uma peça chave no funcionamento do sistema nervoso é agora possível avançar para mais estudos, tendo em vista o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para uma das mais incapacitantes doenças psiquiátricas.
Fonte: Cristina Pinto, Universidade de Coimbra, Portugal.
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