Notícia
CNPq cria rede para otimizar produção de animais em laboratórios
Rebiotério prevê estimular produção e assegurar qualidade nos biotérios
Getty Images
Ao mesmo tempo em que corre para desenvolver métodos alternativos a fim de reduzir o número de animais em testes de laboratórios – pela chamada Rede Nacional de Métodos Alternativos (RENAMA) – o governo decidiu criar uma Rede para adequar a produção em biotérios de todos os animais para propósitos científicos e didáticos, como ratos, camundongos e coelhos.
A intenção é atender de forma adequada e organizada à demanda nacional. O entendimento é de que o uso de animais ainda é imprescindível nos testes in vivo e que hoje existe um desequilíbrio entre a oferta e a procura no País, em razão do aumento considerável da produção científica nacional.
Na prática, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal agência financiadora de pesquisa experimental do País, criou a chamada Rede Nacional de Biotérios de Produção de Animais para Fins Científicos, Didáticos e Tecnológicos (Rebiotério), informou Marcelo Morales, diretor da área de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq e que comandará a rede, com exclusividade ao Jornal da Ciência, publicação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
A Rebiotério, segundo Morales, vai mapear, monitorar, otimizar e dar suporte à produção de animais utilizados em experimentos científicos e em sala de aula. Todos os biotérios distribuídos pelo País serão cadastrados na rede. Para Morales, essa é uma tentativa de atender aos anseios da comunidade científica pela pesquisa de qualidade envolvendo animais.
No caso de roedores, responsáveis por cerca de 70% do total de animais utilizados em pesquisas científicas, Morales afirmou que a necessidade estimada de produção é de 5 milhões/ano desses animais.
Normas e legislações
Além de propor políticas de fomento para a produção de animais em biotérios qualificados, a Rebiotério prevê, ainda, acompanhar a implementação efetiva de normas e legislações especificas adotadas para uso de animais em experimentos científicos, conjuntamente com o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea). Deverá também estimular a qualidade de produção nos biotérios e atender aos padrões internacionais de boas práticas de bem-estar animal. Outra função é assegurar o controle sanitário e genético, averiguando o nível de patógenos, por exemplo, e reforçar os padrões éticos adotados para os animais produzidos em biotérios.
Capacitação profissional
Para garantir a qualidade de produção dos biotérios, a Rebiotério terá o papel, dentre outros, de estimular a capacitação e qualificação de profissionais da área no Brasil e no exterior (bioteristas, veterinários, pesquisadores). Assim, garantir que a produção de animais seja compatível com os padrões internacionais. “Nossa intenção é fortalecer a produção de animais de experimentação, com ética e qualidade, fazendo com o que o País torne-se referência nessa área no mundo”, disse Morales, também professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ex-coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Biofísica (SBBF).
Composição da Rebiotério
Além do CNPq, a Rebiotério será composta por representantes da comunidade científica, e da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Seped/MCTI) e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (SCTIE), do Ministério da Saúde. Terá ainda participação do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), órgão vinculado ao MCTI e de membros da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Da comunidade científica, haverá representantes da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratórios (SBCAL), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). “Nossa intenção é que a rede tenha uma abrangência nacional”, observa Morales.
Fonte: Viviane Monteiro, Jornal da Ciência, SBPC.
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