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No Reino Unido, tecnologia inovadora de controle da glicemia deve ser oferecida a mulheres grávidas com diabetes tipo 1

Divulgação, NIHR

Fonte

NIHR | Instituto Nacional para Pesquisa em Saúde e Cuidados do Reino Unido

Data

terça-feira, 10 outubro 2023 19:55

Áreas

Bioeletrônica. Bioengenharia. Endocrinologia. Engenharia Biomédica. Informática Médica. Medicina. Metabolismo. Modelagem Matemática. Processamento de Sinais. Saúde da Mulher. Sistemas de Controle.

A insulina administrada por meio de uma nova tecnologia de smartphones ajuda mulheres grávidas com diabetes tipo 1 a controlar melhor o açúcar no sangue. Como resultado, a tecnologia deve ser oferecida a todas as mulheres grávidas com a doença no Reino Unido. Estas são as conclusões de um estudo publicado recentemente e financiado conjuntamente pelo Instituto Nacional para Pesquisa em Saúde e Cuidados (NIHR) e pelo Medical Research Council (MRC), do Reino Unido.

No estudo, os pesquisadores testaram a tecnologia chamada Hybrid Closed-Loop: um algoritmo em um smartphone se comunica com os sistemas tradicionais de monitoramento contínuo de glicose e bomba de insulina.

O sistema ajusta as doses de insulina a cada 10-12 minutos de acordo com os níveis de açúcar no sangue. Isto significa que responde continuamente às alterações nos níveis de açúcar no sangue durante a gravidez. A equipe comparou esta tecnologia com os tradicionais sistemas contínuos de monitoramento de glicose e insulina. Estes sistemas atendem mulheres apoiadas por equipes de maternidades especializadas em diabetes e exigem que sejam tomadas decisões diárias sobre as doses de insulina.

Complicações

Alterações nos comportamentos alimentares e alterações hormonais durante a gravidez podem ter um grande impacto. Isso significa que a maioria das mulheres luta para atingir as metas recomendadas de açúcar no sangue. Como resultado, as complicações relacionadas ao diabetes tipo 1 são generalizadas durante a gravidez. Estas complicações podem afetar 1 em cada 2 recém-nascidos. Os riscos podem incluir: nascimento prematuro; necessidade de cuidados intensivos após o nascimento; ser muito grande ao nascer; risco aumentado de sobrepeso e obesidade .

Baixo nível de açúcar no sangue, ganho excessivo de peso e pressão alta durante a gravidez são sintomas comuns.

O estudo envolveu 124 mulheres grávidas com diabetes tipo 1. Elas tinham entre 18 e 45 anos e controlavam sua condição com terapia diária com insulina. Metade foi escolhida para usar a tecnologia Hybrid Closed-Loop, a outra metade usou bombas de insulina tradicionais ou vários métodos de injeção diária.

As mulheres participaram por aproximadamente 24 semanas (desde 10 a 12 semanas) até o final da gravidez. O estudo foi realizado em 9 hospitais do Sistema Nacional de Saúde (NHS) na Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte.

Melhorias consistentes

Em média, as mulheres grávidas usaram a tecnologia Hybrid Closed-Loop durante mais de 95% do tempo. O uso da tecnologia ajudou a reduzir substancialmente o açúcar no sangue materno durante a gravidez. Em comparação com os métodos tradicionais de terapia com insulina, as mulheres que usaram a tecnologia passaram mais tempo na faixa-alvo dos níveis de açúcar no sangue durante a gravidez. O uso da tecnologia foi iniciado com segurança durante o primeiro trimestre, que é um momento de crucial importância para o desenvolvimento dos bebês. Os níveis de açúcar no sangue melhoraram consistentemente em mães de todas as idades, independentemente dos níveis anteriores de açúcar no sangue ou da terapia com insulina anterior.

Estas melhorias foram alcançadas sem eventos adicionais de hipoglicemia e sem insulina adicional. As mulheres que usaram a tecnologia ganharam 3,5 kg a menos de peso e também estiveram menos propensas a ter complicações na pressão arterial durante a gravidez.

É importante ressaltar que as mulheres que utilizam a tecnologia também tiveram menos consultas pré-natais e menos chamadas fora do horário comercial para as equipes da maternidade. Isto sugere que a tecnologia pode poupar tempo às mulheres grávidas e aos serviços de maternidade.

A professora Dra. Helen Murphy, autora sênior do estudo e professora da Universidade de East Anglia, também no Reino Unido, destacou: “Durante muito tempo, houve um progresso limitado na melhoria do açúcar no sangue para mulheres com diabetes tipo 1, por isso estamos muito entusiasmados que o nosso estudo ofereça uma nova opção para ajudar mulheres grávidas a controlar o diabetes. Sabemos que, para as mulheres com diabetes tipo 1, os fetos são extremamente sensíveis a pequenos aumentos de açúcar no sangue, por isso manter os níveis de açúcar no sangue dentro da faixa normal durante a gravidez é crucial para reduzir os riscos para a mãe e o filho. Estudos anteriores confirmaram que cada hora extra passada na faixa alvo de açúcar no sangue reduz os riscos de parto prematuro, de o bebê ser muito grande ao nascimento e de necessidade de internação em unidade de terapia intensiva neonatal. Esta tecnologia está mudando o jogo, na medida em que permitirá que mais mulheres tenham gravidezes mais seguras, saudáveis e agradáveis, com potencial para benefícios ao longo da vida para os seus bebês”.

Os resultados foram publicados na revista científica The New England Journal of Medicine.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Nacional para Pesquisa em Saúde e Cuidados do Reino Unido (em inglês).

Fonte: NIHR. Imagem: Divulgação, NIHR.

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