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Novo tratamento não medicamentoso pode reduzir os sintomas de TDAH

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Fonte

Universidade de Tel Aviv

Data

sábado, 17 junho 2023 16:30

Áreas

Biologia. Informática Médica. Medicina. Neurociências. Neurologia. Psiquiatria. Terapia Ocupacional.

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos mentais mais comuns que afetam as crianças. Os sintomas do TDAH incluem desatenção, hiperatividade e impulsividade, e o transtorno é considerado um transtorno crônico e debilitante que afeta muitos aspectos da vida de um indivíduo, incluindo realizações acadêmicas e profissionais, relacionamentos interpessoais e funcionamento diário.

Recentemente, a Universidade de Tel Aviv, em Israel, desenvolveu um novo tratamento chamado Treinamento de Atenção Progressiva Computadorizada (CPAT), que demonstrou eficácia notável no alívio dos sintomas do TDAH entre estudantes. De fato, 33% dos alunos experimentaram melhorias significativas em seus sintomas quando submetidos ao CPAT, superando a melhora dos sintomas de apenas 11% dos alunos que participaram de um protocolo paralelo envolvendo treinamento de atenção plena. Durante esse treinamento de atenção plena, os alunos praticaram uma forma específica de meditação projetada para mitigar suas dificuldades de atenção. É importante ressaltar que os benefícios do CPAT também superaram os de tratamentos medicamentosos como a Ritalina, pois as melhorias persistiram por até quatro meses após a conclusão do protocolo de tratamento.

Desafios de pesquisa com intervenções não medicamentosas

O estudo fez parte do doutorado de Pnina Stern, sob a orientação da Dra. Lilach Shalev-Mevorach, professora da Escola de Educação da Universidade de Tel Aviv. Os resultados encorajadores do estudo foram recentemente publicados na revista científica Journal of Attention Disorders.

“Desenvolvemos o sistema CPAT anos atrás e ele produziu bons resultados em estudos anteriores que realizamos, principalmente em crianças”, explicou a professora Shalev-Mevorach. “Além disso, no único estudo que realizamos em adultos com TDAH, resultados positivos foram obtidos, mas sem indicações de ‘transferência distante’, significando uma melhora em funções para as quais os participantes não foram treinados diretamente durante o tratamento.”

De acordo com a professora Lilach Shalev-Mevorach, é um desafio para os pesquisadores fazer afirmações científicas sobre a eficácia de tratamentos não medicamentosos porque é difícil compará-los a um ‘placebo não medicamentoso’. Em outras palavras, ao estudar tratamentos não medicamentosos, é difícil distinguir os efeitos do tratamento em si de outros fatores, como a atenção que os participantes recebem durante as sessões de treinamento ou o esforço que colocam na pesquisa. Isso torna complexo determinar o verdadeiro impacto das intervenções não medicamentosas.

Alunos com TDAH matriculados

No estudo, a equipe de pesquisadores tentou resolver isso empregando um projeto de pesquisa que incluiu dois grupos de controle: um grupo de controle regular, que executou as várias tarefas de avaliação em dois instantes no tempo sem qualquer intervenção como parte da pesquisa (o grupo de controle passivo) e um segundo grupo de controle que participou de sessões de treinamento de mindfulness sob a orientação de um instrutor profissional. Esse tipo de treinamento produziu resultados positivos em estudos anteriores em pessoas com TDAH.

Para o experimento, 54 alunos, homens e mulheres, diagnosticados com TDAH foram recrutados na Universidade de Tel Aviv e outras instituições acadêmicas. Os indivíduos foram divididos cegamente em três grupos: um grupo de controle de intervenção zero, um grupo de mindfulness e um grupo de CPAT.

Melhorias mantidas ao longo do tempo

A professora Shalev-Mevorach disse que os resultados foram muito positivos: “Vimos melhorias nas próprias funções de atenção, ou seja, ‘quase transferência’, por exemplo, na atenção sustentada, a capacidade de permanecer atento por um longo período de tempo e em controle de atenção, a capacidade de atrasar uma resposta de rotina. Mas o principal é que vimos melhorias significativas no funcionamento diário e acadêmico dos participantes, como redução da leitura repetida durante a leitura de um artigo científico. Além disso, as melhorias nessas funções de atenção foram ligadas à redução dos sintomas comportamentais do TDAH e da leitura repetitiva.”

“Em outras palavras, o CPAT treinou os próprios mecanismos de atenção, e sua melhora esteve relacionada à melhora alcançada nos sintomas comportamentais e padrões de leitura. 33% dos participantes que receberam o protocolo CPAT apresentaram uma melhora significativa nos sintomas de TDAH, em comparação com apenas 11% daqueles que realizaram o protocolo de mindfulness. As melhorias obtidas foram preservadas no teste realizado cerca de quatro meses após o término do protocolo de intervenção.”

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Tel Aviv (em inglês).

Fonte: Universidade de Tel Aviv. Imagem: Freepik.

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