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Triagem para doença renal crônica em todos com 35 anos ou mais salvaria vidas

Muitas pessoas não sabem que têm doença renal crônica até que ela progrida

WangXiNa via Freepik

Fonte

Escola de Medicina da Universidade Stanford

Data

sábado, 27 maio 2023 16:30

Áreas

Análises Clínicas. Biologia. Epidemiologia. Gestão da Saúde. Medicina. Nefrologia. Políticas Públicas. Saúde Pública.

A triagem de todas as pessoas com mais de 35 anos para doença renal crônica (DRC) aumentaria a expectativa de vida e reduziria o número de pessoas que necessitam de diálise ou transplante, descobriram pesquisadores da Escola  de Medicina da Universidade Stanford, nos Estados Unidos.

A DRC afeta 37 milhões de pessoas nos Estados Unidos, ou 15% dos adultos americanos. Diabetes e pressão alta são responsáveis por dois terços dos casos. Nos EUA, o gasto anual com doença renal crônica é de US$ 87 bilhões (cerca de R$ 435 bilhões) e US$ 37 bilhões (cerca de R$ 185 bilhões) adicionais são gastos anualmente com terapia de substituição renal.

“A DRC geralmente é clinicamente silenciosa até que os pacientes atinjam a doença renal em estágio avançado; portanto, muitas pessoas com DRC em estágio inicial não sabem que têm a doença”, disse Marika Cusick, doutoranda em políticas de saúde na Escola de Medicina de Stanford e principal autora do estudo publicado na revista científica Annals of Internal Medicine. “Ao rastrear a DRC, podemos diagnosticá-la e tratá-la em um estágio inicial, melhorando a expectativa de vida e reduzindo o risco de progredir para doença renal em estágio avançado, que é mortal e dispendiosa”.

Descobriu-se que uma nova classe de medicamentos, os inibidores do cotransportador de sódio-glicose-2 (SGLT2), retarda a progressão da doença renal. Esses medicamentos, usados para tratar diabetes tipo 2 e aprovados pela agência regulatória Food and Drug Administration (FDA) há cerca de 10 anos, mudaram a discussão sobre se a triagem para DRC em estágio inicial e melhora dos resultados clínicos, disse Marika Cusick.

A triagem para DRC envolve o teste de albuminúria, a presença de albumina, um tipo de proteína, na urina, o que é um indicador de doença renal.

Para o estudo, os pesquisadores usaram dados do National Health and Nutrition Examination Survey, uma pesquisa anual nacionalmente representativa do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde para avaliar a saúde de cerca de 5.000 adultos e crianças nos Estados Unidos. Eles então extrapolaram seus resultados para toda a população adulta dos EUA com 35 anos ou mais, conduzindo uma análise de custo-efetividade da triagem para albuminúria com e sem inibidores de SGLT2 para o padrão atual de tratamento para DRC.

Os autores avaliaram os custos, os anos de vida ajustados pela qualidade e as taxas de custo-efetividade incrementais. Eles descobriram que a triagem, além do uso de inibidores de SGLT2, de 158 milhões de pessoas com idade entre 35 e 75 anos nos Estados Unidos evitaria a necessidade de diálise ou transplante renal em 398.000 a 658.000 indivíduos durante sua vida, dependendo da frequência de triagem.

Embora os pesquisadores tenham descoberto que a adição de uma triagem única com inibidores de SGLT2 aumentaria os custos totais com saúde ao longo da vida de US$ 249.800 para US$ 259.000 para pessoas de 55 anos, eles acreditam que a intervenção oferece um bom valor ao considerar os gastos no tratamento da doença renal crônica e os benefícios para a saúde.

“A doença renal avançada prejudica a saúde dos americanos, sobrecarrega as famílias e os cuidadores e é extremamente cara para o sistema de saúde”, disse o Dr. Jeremy Goldhaber-Fiebert, professor de política de saúde e autor sênior do estudo. “Esta análise mostrou que, embora seja um empreendimento substancial, a triagem para detectar a doença renal crônica antes que ela avance e fornecer novos tratamentos eficazes melhora a saúde e representa um bom valor para o investimento em saúde”, concluiu o professor.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Escola de Medicina da Universidade Stanford (em inglês).

Fonte: Beth Duff-Brown, Escola de Medicina da Universidade Stanford. Imagem: WangXiNa via Freepik.

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