Notícia
Dengue e chikungunya, uma possível nova epidemia
De acordo com especialista da Faculdade de Medicina da UFMG, os períodos epidêmicos das doenças variam de 3 a 5 anos, justamente quando há baixa na imunidade da população
jcomp via Freepik
Fonte
Faculdade de Medicina da UFMG
Data
domingo, 9 abril 2023 16:55
Áreas
Biologia. Epidemiologia. Medicina. Políticas Públicas. Saúde Pública.
Apesar de serem mais comuns em períodos chuvosos, os casos de dengue e chikungunya têm se espalhado pelo país, trazendo à tona uma possível epidemia. De acordo com o Dr. Marcelo Pascoal, infecto patologista e professor do Departamento de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a transmissão das doenças é cíclica, ou seja, acontece com períodos epidêmicos entre 3 a 5 anos, e os fatores condicionantes de uma nova epidemia são muito variados. No primeiro momento, há uma redução da imunidade da população e isso favorece a infecção provocada pelo vírus.
Contudo, para que haja transmissão, o seu vetor, nesse caso o [mosquito] Aedes Aegypti, tem que se disseminar também nas localidades e esse é o ponto mais crítico. “Toda vez que tem um período chuvoso muito intenso, esse mosquito (o vetor) consegue procriar mais e assim o tempo dele se desenvolver coincide, geralmente, com o final desse período mais chuvoso e esse mosquito está segurando e transmitindo, quando ele é infectado”, explicou o professor.
Ainda que o mosquito seja o transmissor, tanto da dengue, quanto da chikungunya, ele nasce sem o vírus, porém, ao se alimentar de sangue de pessoas contaminadas, ele adquire o vírus e assim começa a transmissão de pessoa para pessoa. Existem circunstâncias, nas quais, para o combate do Aedes Aegypti as ações são muito intensificadas, o que reduz a quantidade de mosquitos espalhados. Entretanto, após um período de cuidados, há uma redução das medidas e o mosquito volta a crescer.
Dengue
A dengue nada mais é que a arbovirose mais comum em todo o mundo. Arboviroses são grupos de doenças causadas por vírus, cujo vetor é um artrópode, ou seja, um inseto. A doença, do ponto de vista de classificação sorológica, é dividida em quatro sorotipos: dengue 1, 2, 3 e 4. E esses quatro tipos da doença já são identificados no Brasil, porém, os mais comuns são o tipo 1 e o tipo 2, que circulam em maior escala no país.
Apesar disso, de acordo com o Dr. Marcelo Pascoal, os tipos não se diferenciam por gravidade, pois a dengue está muito relacionada à questão imunológica. “Se a pessoa tem uma imunidade recente, essa pessoa está mais protegida. Agora, se ela ficar um longo tempo sem o contato com o vírus, independente do sorotipo, ela pode desenvolver uma dengue grave”, afirmou. Embora seja dividida entre sorotipos, a dengue pode ocorrer de forma mais leve, também conhecida como dengue clássica, ou se desenvolver em maior gravidade, no caso da dengue hemorrágica.
A dengue clássica é uma infecção viral muito típica, cuja manifestação clínica mais importante é a febre alta, geralmente, superior a 38°C, que se prolonga entre 5 a 7 dias. Além disso, a pessoa contaminada pode apresentar também dor de cabeça, dor muscular, dor atrás dos olhos e sensação de mal estar.
Já no caso da dengue hemorrágica, apesar de muito parecida com a dengue clássica, quando a pessoa apresenta alguns sinais, geralmente, a partir do terceiro dia, como dor abdominal, sangramentos na pele ou na gengiva, ela pode estar desenvolvendo uma complicação da doença. Em ambos os casos, recomenda-se procurar as unidades de saúde em qualquer sinal de suspeita da doença para diagnóstico e tratamento, principalmente pelo momento de possível epidemia.
Chikungunya
Similar à dengue, a chikungunya também se trata de uma arbovirose, que inclusive, é transmitida pelo mesmo mosquito, o Aedes Aegypti. Apesar de serem semelhantes na transmissão, a chikungunya é um vírus de uma outra família.
Uma das principais características do vírus da chikungunya, que inclusive deu origem ao nome da doença, é que ele provoca, quando a pessoa é infectada, uma febre súbita que aumenta muito a temperatura rapidamente, passando, às vezes, de 40°C e acompanhada de dor nas articulações. Por causa disso, a junta pode ficar inchada, quente e mais avermelhada, e em alguns casos, pode levar um maior período de tempo para que se revolva, permanecendo a dor ou até mesmo a limitação de movimento.
“[O vírus da] chikungunya é um vírus que vem de uma origem de febre quebra ossos, alguma coisa no sentido de dor articular, uma febre muito alta, porque é um outro tipo de vírus, que tem facilidade de entrar nos tecidos das articulações”, explicou o professor Marcelo.
Ainda que se tratem de vírus diferentes, a chikungunya entra no mesmo caso da dengue, quando se fala de auxílio médico. Em qualquer caso de sintomas que levntem suspeita da doença, deve-se procurar ajuda médica, para receber o diagnóstico e o tratamento adequado.
Acesse a notícia completa na página da Faculdade de Medicina da UFMG.
Fonte: Programa Saúde com Ciência, Faculdade de Medicina da UFMG.
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