Notícia
Estudo aplica microrrobótica ao diagnóstico e tratamento endodôntico
Pesquisadores mostraram que microrrobôs podem acessar as superfícies de difícil acesso do canal radicular com precisão controlada, tratando e interrompendo biofilmes e inclusive recuperando amostras para diagnóstico
Divulgação, UPenn
Fonte
UPenn | Universidade da Pensilvânia
Data
quarta-feira, 10 agosto 2022 19:30
Áreas
Biotecnologia. Ciência dos Materiais. Endodontia. Engenharia Biomédica. Física Médica. Impressão 3D. Odontologia. Sistemas de Controle.
Com suas irregularidades e complexidades anatômicas, o sistema de canais radiculares é um dos espaços clinicamente mais desafiadores da cavidade oral. Como resultado, o biofilme não totalmente removido dos cantos e reentrâncias dos canais continua sendo uma das principais causas de falha no tratamento e infecções endodônticas persistentes, e há meios limitados para diagnosticar ou avaliar a eficácia da desinfecção. Um dia, os dentistas podem ter uma nova ferramenta para superar esses desafios na forma de microrrobôs.
Em um estudo de prova de conceito, pesquisadores do Centro de Inovação e Odontologia de Precisão (CiPD) da Escola de Medicina Dental da Universidade da Pensilvânia (UPenn), nos Estados Unidos, mostraram que os microrrobôs podem acessar as superfícies de difícil acesso do canal radicular com precisão controlada, tratando e interrompendo biofilmes e inclusive recuperando amostras para diagnóstico, possibilitando um plano de tratamento mais personalizado. A equipe da UPenn compartilhou suas descobertas sobre o uso de duas plataformas microrobóticas diferentes para terapia endodôntica na edição de agosto da revista científica Journal of Dental Research; o estudo foi selecionado para a capa da revista.
“A tecnologia pode permitir funcionalidades multimodais para alcançar o direcionamento controlado e preciso de biofilmes em espaços de difícil acesso, obter amostras microbiológicas e realizar a entrega direcionada de medicamentos”, disse o Dr. Alaa Babeer, principal autor do estudo e pesquisador da Escola de Medicina Dental da UPenn. O Dr. Alaa Babeer trabalha na equipe do laboratório do Dr. Michel Koo, co-diretor do CiPD.
Em ambas as plataformas, os blocos de construção dos microrrobôs são nanopartículas de óxido de ferro que possuem atividade catalítica e magnética e foram aprovadas pela agência FDA para outros usos. Na primeira plataforma, um campo magnético é usado para concentrar as nanopartículas em microenxames agregados e controlá-las magneticamente na área apical do dente para romper e recuperar biofilmes por meio de uma reação catalítica. A segunda plataforma usa impressão 3D para criar robôs miniaturizados em forma de hélice incorporados com nanopartículas de óxido de ferro. Esses helicoides são guiados por campos magnéticos para se moverem dentro do canal radicular, transportando bioativos ou drogas que podem ser liberadas no local.
“Esta tecnologia oferece o potencial de avançar no atendimento clínico em vários níveis”, disse o Dr. Michel Koo, coautor do estudo juntamente com o Dr. Edward Steager, pesquisador sênior da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas da UPenn. “Um aspecto importante é a capacidade de ter aplicações diagnósticas e terapêuticas. Na plataforma de microswarm, podemos não apenas remover o biofilme, mas também recuperá-lo, permitindo identificar quais microrganismos causaram a infecção. Além disso, a capacidade de se adaptar aos espaços estreitos e de difícil acesso dentro do canal radicular permite uma desinfecção mais eficaz em comparação com as limas e técnicas de instrumentação atualmente usadas”, disse o pesquisador.
Outras aplicações potenciais
Juntamente com o potencial de melhorar o tratamento endodôntico e a regeneração de tecidos, os pesquisadores veem essa tecnologia como algo que pode ter amplas aplicações na medicina e na indústria. “Desde a desinfecção de dispositivos médicos, como cateteres, até a garantia de linhas de água limpas, essa tecnologia tem o potencial de transformar áreas muito além da odontologia”, concluiu o Dr. Michel Koo.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Escola de Medicina Dental da Universidade da Pensilvânia (em inglês).
Fonte: Escola de Medicina Dental da Universidade da Pensilvânia. Imagem: Robôs moldados em 3D e acionados magneticamente são controlados com precisão para atingir a região apical do canal radicular. Fonte: Divulgação, UPenn.
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