Notícia

Grupo de pesquisadores avalia efeitos do treinamento de sprint em pessoas com depressão

Cientes da necessidade de oferecer alternativas complementares aos tratamentos convencionais, grupo de pesquisadores da UFMS pretende verificar os efeitos do treinamento de sprints curtos (explosão de velocidade e potência) nos sintomas de depressão

Vanessa Amin, UFMS

Fonte

UFMS | Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Data

sexta-feira, 20 maio 2022 06:20

Áreas

Educação Física. Neurociências. Saúde Pública.

Considerada um transtorno mental frequente em pessoas de todas as idades, a depressão interfere na vida de milhões de pessoas em todo mundo, tornando-as incapazes de fazer atividades básicas como se alimentar, dormir, levando até a incapacidade de trabalhar e, nos casos mais graves, ao suicídio. Dados divulgados pela Organização Pan-americana da Saúde (Opas), ligada à Organização Mundial de Saúde, estimam que mais de 300 milhões de pessoas sofram com os sintomas e cerca de 800 mil morrem por suicídio a cada ano, sendo essa a segunda causa principal de morte entre pessoas com 15 a 29 anos.

Atualmente, a depressão é a principal causa de incapacidade no trabalho. Os sintomas podem diferir de pessoa para pessoa e, apesar do histórico familiar ser um fator importante, a depressão pode afetar indivíduos que não têm fator genético, pela combinação de outros fatores como biológico, ambiental e psicológico.

O avanço na área de pesquisa e produção de medicamentos, além da psicoterapia, têm auxiliado muitos pacientes no tratamento. Há uma variedade inclusive de remédios que são prescritos pelos psiquiatras de acordo com as características e adaptabilidade de cada paciente.

Cientes da necessidade de oferecer alternativas complementares aos tratamentos convencionais, grupo de pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação do Instituto Integrado de Saúde (Inisa) e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), coordenado pelo Dr. Daniel Boullosa, ex-professor visitante (agora professor voluntário) na Universidade, pretende verificar os efeitos do treinamento de sprints curtos (explosão de velocidade e potência) nos sintomas de depressão. O grupo conta ainda com parceria dos profissionais do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap/UFMS-Ebserh) e a participação do professor Dr. Felipe Barreto Schuch da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

“Trata-se de um projeto de pesquisa que conta com financiamento do CNPq para verificar o efeito de treinamento de sprint curtos em sintomas de depressão, nos diferentes aspectos da condição física e na inflamação sistêmica dos pacientes”, explicou o professor Daniel. Segundo o professor, evidências prévias já sugerem a efetividade deste tipo de intervenções com exercícios de alta intensidade, porém o projeto de pesquisa é inovador ao avaliar um treinamento com sprints curtos e com curta duração de tempo por sessão. “A grande originalidade da nossa pesquisa é trabalhar com modelos de sprint, muito bem tolerado pelos pacientes, já que precisam de seis treinamentos de dez minutos de duração ao longo de duas semanas, ou seja, três vezes por semana. Se confirmarmos a hipótese de que é realmente efetivo o treinamento, estaremos encontrando uma intervenção não farmacológica, sem efeitos adversos e de alta efetividade em pouco tempo”, destacou o pesquisador.

De acordo com o professor, o público-alvo do projeto são mulheres com idade entre 18 e 60 anos, diagnosticadas com depressão moderada à grave. “Também adotamos alguns critérios de exclusão, como ser ou não fumante, que precisam ser verificados”, ressaltou o professor Daniel. Ele salientou que podem participar como voluntárias acadêmicas, professoras e técnicas da Universidade, e aquelas que não tenham ligação direta com a UFMS.

“No momento seguimos levantando dados. Implementamos o projeto um pouco antes do início da pandemia, precisamos parar por um tempo e isso dificultou as coletas de dados. Aos poucos fomos retomando as atividades e, hoje, estamos recebendo pacientes. Os resultados preliminares são bastante promissores, porque parece que além do que já estava verificado na literatura, ou seja, da melhora da condição física; os sintomas da depressão melhoram após as primeiras sessões de exercício. Portanto, parece que é efetiva essa abordagem”, concluiu o Dr. Daniel Boullosa.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Fonte: Vanessa Amin, UFMS. Imagem: Vanessa Amin, UFMS.

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