Notícia
Estudo identifica redução da lasceração perineal grave quando duas parteiras estão presentes durante o parto normal
Pesquisadores da Universidade Lund, na Suécia, estudaram se as lesões perineais graves são reduzidas se profissional tiver a assistência de colega durante o estágio final do trabalho de parto
Sharon McCutcheon via Unsplash
Fonte
Universidade Lund
Data
segunda-feira, 21 março 2022 12:50
Áreas
Enfermagem. Obstetrícia. Saúde da Mulher.
Pesquisadores da Universidade Lund, na Suécia, estudaram se as lesões perineais graves – conhecidas como lesões do esfíncter – seriam reduzidas se a parteira primária tiver a assistência de colega durante o estágio final do trabalho de parto. O estudo incluiu um total de mais de 4.000 mães de ‘primeira viagem’. Os resultados foram publicados na revista científica The Lancet.
Atualmente, há uma falta de evidências para muitos dos métodos preventivos usados para reduzir a lasceração perineal durante o parto.
“Embora as lesões perineais graves sejam raras, elas podem levar a consequências significativas e às vezes ao longo da vida para as mulheres. Os sintomas incluem dor, incontinência, problemas de saúde sexual e outras complicações”, disse a Dra. Christine Rubertsson, professora da Universidade Lund, na Suécia, parteira do Hospital Universitário Skåne e pesquisadora principal do estudo.
Um total de 4.264 mulheres que estavam planejando seu primeiro parto vaginal consentiram em participar do estudo multicêntrico, randomisado e controlado. Durante os partos, 3.750 mulheres foram aleatoriamente designadas para receber apoio e cuidados de uma ou duas parteiras. Das 1.546 mulheres que deram à luz com duas parteiras, 3,9% sofreram de lascerações perineais em comparação com 5,7% das 1.513 mulheres que receberam cuidados padrão de uma parteira. Não houve outras diferenças entre os grupos em relação à saúde do recém-nascido após o nascimento.
“Muitas maternidades já adotaram essa prática clínica de assistência com duas parteiras, e este estudo fornece evidências para a redução de traumas perineais graves”, disse a Dra. Malin Edqvist, parteira do Hospital Universitário Karolinska e pesquisadora do Instituto Karolinska, também na Suécia, que liderou o estudo durante seu tempo como pós-doutoranda na Universidade Lund.
As mulheres que participaram do estudo também responderam a dois questionários, dentro de um mês e também um ano após o nascimento. As questões incluíam experiências do parto e os cuidados que receberam, bem como sua saúde física, mental e sexual.
“Até 63% foram incluídas no estudo, o que é um número alto. Nosso entendimento é que o estudo foi importante para as mulheres, mas também para as parteiras, principalmente porque as parteiras e outros profissionais de saúde têm uma carga de trabalho pesada”, disse a Dra. Christine Rubertsson.
Os pesquisadores continuaram acompanhando as participantes do estudo, e o próximo passo é investigar os cuidados pós-parto e a qualidade de vida das mulheres e os sintomas do assoalho pélvico. “Também é importante analisar as experiências de mulheres e parteiras dessa prática clínica para desenvolver ainda mais a assistência à saúde. Existem muitas questões de pesquisa sobre a saúde da mulher que precisam ser abordadas, principalmente quando se trata da saúde do assoalho pélvico. Nossa pesquisa é uma contribuição”, concluiu a Dra. Malin Edqvist.
Neste estudo, o foco principal da assistência foi reduzir a lasceração perineal severa, que é uma prática relativamente nova nos países escandinavos. No entanto, uma segunda parteira auxiliando o parto é comum em outros países como Austrália e Reino Unido, mas não com o objetivo principal de reduzir a lasceração perineal. Isso significa que, nesses países, sem medidas extras, a finalidade da assistência poderia ser alterada para incluir a prevenção do trauma perineal grave.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Lund (em inglês).
Fonte: Universidade Lund. Imagem: Sharon McCutcheon via Unsplash.
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