Notícia

Estudo mostra que laços domésticos e familiares são significativos para evitar a demência

Pesquisadores da Universidade de Adelaide descobriram que pessoas que vivem em lares com maior número de pessoas têm menor risco de morrer de demência e podem evitar a progressão da doença por mais tempo

Campus Production via Pexels

Fonte

Universidade de Adelaide

Data

quarta-feira, 9 março 2022 09:50

Áreas

Biomedicina. Medicina. Neurociências. Psiquiatria. Saúde Pública.

Estudo publicado na revista científica PLOS ONE analisou variáveis nos padrões e condições de vida para pessoas com mais de 60 anos de mais de 180 países ao redor do mundo, para medir a significância de fatores como PIB, urbanização, idade e tamanho da família sobre a ocorrência e progressão da demência. Os pesquisadores descobriram que as pessoas que vivem em famílias maiores se saíram melhor do que aquelas que moram sozinhas.

O Dr. Wenpeng You, líder do estudo, pesquisador de Biomedicina e orientador de doutorado na Universidade de Adelaide, na Austrália, disse que a correlação entre o tamanho da família e o risco reduzido dos piores impactos da demência é bastante forte.

“Independentemente do envelhecimento, urbanização e PIB, descobrimos que grandes famílias protegem contra a mortalidade por demência”, disse o Dr.Wenpeng You.

“É uma descoberta significativa para informar como devemos planejar cuidados e serviços para as pessoas à medida que envelhecem, porque mostra que os fatores humanos – relacionamentos, senso de conexão e propósito, encorajamento e elogio, envolvimento significativo com os outros – são todos muito importantes no combate ao progresso da demência”, destacou o pesquisador.

A demência é um dos maiores desafios para o setor de saúde no século 21, com um custo global estimado de $ 1,160 trilhão (cerca de R$ 4,3 trilhões).

O professor Dr. Maciej Henneberg, autor sênior do estudo, disse que os humanos evoluíram para viver em famílias e comunidades: “Somos uma das poucas espécies que se adaptaram ao longo de milhares de anos a depender de agrupamentos familiares estendidos. Na verdade, não estamos bem adaptados às tendências contemporâneas de famílias pequenas, espaço pessoal e individualismo”, disse o professor Hennenberg. Ele diz que há alguns benefícios muito práticos de viver com a família ou outros moradores da casa.

“Geralmente, há refeições regulares, conversas, pessoas para verificar se você tomou seus medicamentos e membros da família incentivando a atividade regular. Esse envolvimento, quando positivo, estimula a produção de oxitocina, muitas vezes apelidada de hormônio da felicidade, e que demonstrou ter um efeito positivo no bem-estar fisiológico, protegendo os sistemas cardiovasculares associados à demência vascular e pode exercer um efeito de atrasar o desenvolvimento da demência”, disse o professor Hennenberg.

O Dr. Wenpeng You disse que, embora a pesquisa não mostre uma ligação causal entre a incidência de morte por demência e o tamanho da família, está claro que viver em grandes famílias protege significativamente contra a mortalidade por demência em termos de início de demência e deterioração de pacientes com demência: “Como parte da prevenção da demência, os profissionais de saúde devem incentivar as pessoas a aumentar suas interações positivas com pessoas de sua vizinhança, grupos comunitários ou outros compromissos, quando uma família tradicional grande ou estilo de vida centrado na família não for possível”, disse o pesquisador.

O professor Hennenberg disse que, se há uma mensagem a ser destacada a partir do resultado desta pesquisa, é que ‘evoluímos para nos beneficiar de uma conexão humana significativa e diária’. “Sem essa conexão humana, não prosperamos como deveríamos”, concluiu o pesquisador.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Adelaide (em inglês).

Fonte: Michele Ann Nardelli, Universidade de Adelaide. Imagem: Campus Production via Pexels.

Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 tech4health t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional em Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account