Notícia

Pesquisadores da UFPB criam implante que acelera regeneração de fratura óssea

Dispositivo se decompõe ao liberar fármaco na região fraturada

Kaline Ferrreira

Fonte

UFPB | Universidade Federal da Paraíba

Data

quarta-feira, 16 fevereiro 2022 11:00

Áreas

Biomecânica. Ciência dos Materiais. Cirurgia. Engenharia Biológica. Engenharia Biomédica. Medicina. Nanotecnologia. Ortopedia.

Um implante artificial que acelera a regeneração de fraturas ósseas, por meio da liberação controlada do fármaco sinvastatina na área lesionada, foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O dispositivo também tem a vantagem de ser biorreabsorvível: à medida que libera o medicamento e recupera a fratura do osso, ele se decompõe. O controle da liberação do medicamento na fratura óssea é realizado através das dimensões nanométricas e da composição do material.

O implante de escala nanométrica, produzido a partir de macromoléculas de polímeros comumente usados na área médica, é capaz de se adaptar a diferentes tipos de lesões ósseas. “O implante é um sistema nanométrico, cuja estrutura é menor do que um fio de cabelo. Isso favorece a migração e contato com as células [do osso danificado]”, explicou Kaline Ferreira, principal inventora do dispositivo e, atualmente, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais, vinculado ao Centro de Tecnologia (CT) da UFPB.

Apesar de a sinvastatina ser um fármaco popularmente conhecido por diminuir os níveis de colesterol ruim e triglicerídeos no organismo humano, a doutoranda da UFPB destacou que estudos mostram que a substância também estimula a melhora da densidade óssea. “A sinvastatina estimula a expressão da proteína morfogenética óssea (BMP)-2, glicoproteína responsável por recrutar as células osteoprogenitoras para os locais de formação óssea. Quando encontradas em altas concentrações no tecido ósseo, possuem caráter indutivo e regenerativo”, esclareceu a pesquisadora.

O implante é indicado, por exemplo, para recuperação de fraturas ocasionadas por osteoporose. Segundo a pesquisadora da UFPB, no Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas sofrem da doença, que se caracteriza pela perda progressiva de massa óssea, tornando os ossos enfraquecidos e predispostos a fraturas.

O estudo que resultou no invento foi desenvolvido em parecia com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), entre 2015 e 2017, durante o mestrado de Kaline Ferreira. Os testes experimentais, na UFU, constataram a indução e a aceleração do processo regenerativo e obtiveram parâmetros adequados para a produção em larga escala do material.

O sistema Solution Blow Spinning (SBS), método desenvolvido e patenteado pelo Dr. Eliton Medeiros, professor do Departamento de Engenharia de Materiais do Centro de Tecnologia da UFPB, e utilizado para produzir o implante artificial regenerativo nanométrico, custa cerca de R$ 42 mil. Já o investimento necessário para produzir um implante é de quase R$ 5 mil.

“Patenteamos a composição e o processo de produção desse sistema nanométrico. O tempo necessário para a produção de um implante artificial regenerativo nanométrico depende do tamanho da fratura óssea. Os usados nos testes do estudo foram confeccionados em 1h30”, concluiu Kaline Ferreira.

Acesse a notícia completa na página da UFPB.

Fonte: Pedro Paz e Aline Lins, UFPB. Imagem: aparência macro e micrografia do implante artificial regenerativo nanométrico. Fonte: Kaline Ferrreira.

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