Notícia
Nova técnica de fisioterapia, drenagem linfática manual reabilita puérperas
Mestranda em Saúde da Mulher pela Faculdade de Medicina de Jundiaí concedeu entrevista à CAPES
Getty Images
Fonte
CAPES | Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Data
sexta-feira, 14 agosto 2020 06:50
Áreas
Fisioterapia. Reabilitação. Saúde da Mulher.
Fisioterapeuta pela Sociedade Padre Anchieta de Ensino (UniAnchieta), Ana Aparecida Pires é mestranda em Saúde da Mulher pela Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) e estuda a eficácia da drenagem linfática manual (DLM), técnica que ajuda na reabilitação de puérperas.
A profissional concedeu entrevista à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES):
CAPES: Fale um pouco sobre o seu trabalho.
Ana Aparecida Pires: Esse projeto estuda a eficácia da Drenagem Linfática Manual (DLM) no puerpério imediato, ou seja, logo após o nascimento da criança. É uma técnica essencial no tratamento do edema e do linfedema, aplicada por meio de manobras específicas, de maneira suave, superficial, ritmada e contínua. Sua função, é estimular a drenagem dos líquidos excedentes que banham as células, e assim, reduzir o edema do membro acometido.
CAPES: O que é o edema e qual a sua causa?
Ana Aparecida Pires: No período de gravidez (puerperal), todas as mulheres passam por modificações anatômicas e fisiológicas. Uma das consequências é o excesso de líquidos retido nos tecidos do corpo, chamado de edema. Após o nascimento, as queixas de dor, sensação de pernas pesadas e formigamento se intensificam. São fatores limitantes para o autocuidado e a realização de tarefas simples.
CAPES: Como se deu seu interesse em trabalhar com o assunto?
Ana Aparecida Pires: A fisioterapia é a minha profissão. Eu sempre quis fazer uma pós-graduação dentro dessa área. Procurei pelas linhas de pesquisa da FMJ e, inicialmente, queria trabalhar com exercícios na hora do parto para tranquilizar as gestantes. Mas, junto ao meu orientador, percebi que não era uma pesquisa muito viável. Procurei, então, outras propostas e cheguei à drenagem linfática no pós-parto. A minha principal intenção é promover o bem-estar, melhorar a autoestima, diminuir intercorrências, prevenir complicações e antecipar o retorno às atividades.
CAPES: Qual a importância do seu trabalho para a sociedade?
Ana Aparecida Pires: Muito importante! Toda mulher no período gravídico/puerperal, pode apresentar algum desconforto, em algum momento. A técnica não é invasiva, não é custosa, é bem aceita, pode ser realizada quantas vezes for preciso. Além da redução do edema, promove bem-estar e acelera o processo de recuperação, fazendo com que a mulher retorne às atividades mais rapidamente. O desconhecimento da técnica leva a pensar que a prática é puramente para fins estéticos.
CAPES: É um problema que ocorre com frequência em puérperas?
Ana Aparecida Pires: O edema é comum em todas as mulheres após o parto. É algo que começa a aparecer durante a gravidez, mas que se intensifica após o parto e que se não for cuidado, poderá levar a riscos de desequilíbrio, trombose e até mesmo à dificuldade em desenvolver movimentos básicos, como calçar um sapato. Por ser algo muito comum, acaba sendo tratado como normal e esquecido por obstetras.
CAPES: O que a pesquisa apresenta de diferente daquilo que já é visto na literatura?
Ana Aparecida Pires: Pouco se sabe sobre as intervenções de promoção da saúde direcionadas às puérperas. No momento, não foi encontrado nenhum estudo publicado em relação à DLM no pós-parto imediato, com essa mesma evidência.
CAPES: Quais são os próximos passos?
Ana Aparecida Pires: Divulgar os resultados do estudo, pra que esse se fortaleça, seja incorporado às políticas públicas e que um número maior de mulheres possa se beneficiar e sensibilizar a comunidade obstétrica, quanto aos benefícios da DLM, para que esta prática se torne cada vez mais comum e seja prescrita como condição para melhorar os desconfortos.
Acesse a notícia completa na página da CAPES.
Fonte: Redação CCS/CAPES. Imagem: Getty Images.
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