Notícia
Asma e alergias podem ser mais comuns em adolescentes “noturnos”
Pesquisadores sugerem que as interrupções na melatonina podem afetar a saúde respiratória
Getty Images
Fonte
Universidade de Alberta
Data
quinta-feira, 9 julho 2020 10:25
Áreas
Medicina. Saúde da Criança.
Adolescentes que preferem ficar acordados até tarde da noite e dormir até tarde no dia seguinte têm maior probabilidade de desenvolver asma e alergias do que seus crianças que acordam cedo, de acordo com novo estudo publicado na revista científica ERJ.
“Em comparação com o tipo matutino, quem vai dormir tarde tem risco aproximadamente três vezes maior de desenvolver asma. Também descobrimos que os sintomas da rinite alérgica eram duas vezes mais prováveis em quem dorme tarde do que naqueles que dormem cedo à noite”, disse o Dr. Subhabrata Moitra, pesquisador na Divisão de Medicina Pulmonar da Universidade de Alberta, no Canadá.
O Dr. Moitra disse que mais de 300 milhões de pessoas sofrem de asma em todo o mundo; a asma é a doença não transmissível mais comum entre as crianças e o número está aumentando a cada ano. Este é o primeiro estudo a examinar o “cronotipo” ou preferência de tempo de sono e associações com asma e alergias em adolescentes.
Os pesquisadores questionaram 1.684 adolescentes no estado indiano de Bengala Ocidental sobre suas preferências de sono e saúde respiratória, como parte do estudo de Prevalência e Fatores de Risco de Asma e Doenças Relacionadas a Alergias entre Adolescentes (Estudo PERFORMANCE). As perguntas incluíam se eles foram diagnosticados com asma ou tiveram sintomas de rinite, como chiado no peito, coriza ou tosse.
Dos que acordam tarde, 23,6% relataram ter asma, em comparação com 6,2% dos que acordam cedo.
Uma mudança geracional
“Uma preferência noturna parece inevitável para essa geração jovem, porque as telas digitais estão acessíveis a qualquer hora”. Os pesquisadores suspeitam que os adolescentes que vão dormir tarde experimentam algum nível de privação ou interrupção do sono. Os especialistas dizem que a luz azul ou branca das telas de computadores, televisões e smartphones interrompe a produção e a função da melatonina, um hormônio do sono.
“Um sono perfeito é o resultado de bons ciclos de melatonina”, disse o Dr. Moitra, acrescentando que a melatonina também pode afetar o sistema imunológico e que o desenvolvimento de asma e alergias é conhecido por ser o resultado de alterações no sistema imunológico.
Mudar o comportamento pode reduzir o risco
O Dr. Subhabrata Moitra disse que sua equipe pretende fazer mais pesquisas para explorar essa associação, incluindo testes mais objetivos da qualidade do sono e da função pulmonar.
Enquanto isso, ele pede aos médicos que façam mais questionamentos comportamentais aos pacientes ao diagnosticar alergias e asma. “Precisamos ser mais vigilantes para perguntar sobre hábitos alimentares, hábitos de sono, se eles brincam fora, porque esses comportamentos podem ser modificados para ajudar a se livrar dos sintomas”, sugeriu o especialista.
O Dr. Moitra alertou que os suplementos de melatonina às vezes podem ajudar na insônia, mas não devem ser tomados regularmente, porque podem interromper a produção natural do hormônio pelo organismo. O pesquisador também sugeriu que deveríamos minimizar a exposição noturna à luz artificial e, quando for inevitável, usar a iluminação âmbar da casa e as telas de LED e reduzir o brilho das telas.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na revista Folio da Universidade de Alberta (em inglês).
Fonte: Revista Folio, Universidade de Alberta. Imagem: Getty Images.
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