Notícia
Autismo pode ser fator de risco para a COVID-19, aponta pesquisa inédita
Jordan Whitt via Unsplash
Fonte
UECE | Universidade Estadual do Ceará
Data
sexta-feira, 12 junho 2020 13:45
Áreas
Medicina. Neurociências.
O Grupo de Estudos em Neuroinflamação e Neurotoxicologia (GENIT) da Universidade Estadual do Ceará (UECE) publicou, na revista científica Medical Hypotheses, o trabalho intitulado “Os distúrbios do espectro do autismo podem ser um fator de risco para o Covid-19?”. Nele, os pesquisadores Dr. Gislei Frota, Dr. Matheus Eugênio Lima e Dr. Levi Barros analisam a hipótese de que portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA) possam ser classificados como grupo de risco para a infecção pelo novo coronavírus.
A pandemia do novo coronavírus SARS-CoV-2 está infectando milhões de pessoas e alguns estudos relacionam condições que podem aumentar o risco de desenvolver um curso fatal para a doença, como diabetes, doenças cardiovasculares e obesidade. O TEA envolve várias modificações em nível genético e imunológico, capazes de serem fatores de risco, assim como as outras condições.
De acordo com o pesquisador e coordenador do GENIT, o professor Gislei Frota, trata-se de um estudo inédito. “Pela primeira vez foi postulado que o TEA poderia ser fator de risco para a Covid-19”. Ele conta como surgiu a hipótese: “Pessoas com TEA são mais suscetíveis a infecções e outras co-morbidades, isto deve-se ao fato delas apresentarem um perfil metabólico diferente com importante desregulação imune”.
A pesquisa é de suma importância, considerando que a estimativa é de que existam, aproximadamente, 70 milhões de autistas no mundo. “A importância deste estudo é lançar para a comunidade médica e científica uma atenção especial para pessoas com autismo, pois trata-se de uma população que vem crescendo ano a ano. Seria importante discutirmos à luz do conhecimento científico e desenvolvermos pesquisas de coleta de dados com estas pessoas”, destaca o professor Gislei.
O estudo conclui que existem várias características do TEA que podem ser considerados pontos para agravamento da COVID-19, como a vulnerabilidade do sistema imune, um estado constante de inflamação endógena, neuroinflamação, além de haver uma particularidade comum entre TEA e COVID-19, de afetar mais a população do sexo masculino. Assim, esses fatores podem tornar a população autista mais vulnerável à COVID-19.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da UECE.
Fonte: Universidade Estadual do Ceará. Imagem: Jordan Whitt via Unsplash.
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