Notícia
Pesquisadores usam minicomputador para monitorar remotamente o oxigênio no sangue de pacientes com COVID-19
Raspberry Pi é usado na leitura de dados de oximetria de paciente com COVID-19 para que os profissionais de saúde não precisem fazê-lo fisicamente
Harrison Broadbent, Unsplash
Fonte
Universidade de Toronto
Data
quinta-feira, 23 abril 2020 10:10
Áreas
Bioeletrônica. Engenharia Biomédica.
Uma equipe da Faculdade de Ciências Aplicadas e Engenharia da Universidade de Toronto, no Canadá, criou uma solução simples e escalável para monitorar remotamente os sinais vitais de pacientes com COVID-19, preservando equipamentos de proteção individual (EPIs) para os profissionais de saúde.
Atualmente, os hospitais usam um oxímetro para monitorar o status respiratório de pacientes com COVID-19. Esses dispositivos monitoram a saturação de oxigênio no sangue e enviam os dados para monitores à beira do leito, que devem ser lidos pela equipe de enfermagem aproximadamente a cada quatro horas.
Mas alguns pacientes experimentam uma rápida deterioração do estado respiratório que requer monitoramento ainda mais frequente, colocando ainda mais pressão sobre a equipe de saúde.
“Como os profissionais de saúde precisam colocar e remover os EPIs antes e depois de interagir com os pacientes, isso exige tempo e uso de recursos consideráveis”, diz o Dr. Willy Wong, líder do projeto e professor do Departamento de Engenharia Elétrica e Engenharia da Computação e do Instituto de Biomateriais e Engenharia Biomédica da Universidade de Toronto.
Duas semanas atrás, os médicos do Hospital Mount Sinai, em Toronto, procuraram a Universidade de Toronto para verificar se os pesquisadores poderiam encontrar uma solução – rapidamente – que ajudasse os clínicos a monitorar os oxímetros de forma contínua e remota.
Em apenas três dias, os pesquisadores elaboraram uma prova de conceito usando um Raspberry Pi, um computador de placa única simples e acessível. Poucos dias depois, eles estavam prontos para implantar seu protótipo em um ambiente hospitalar. “O desafio era encontrar algo pequeno, acessível e que pudéssemos montar muito rapidamente. Não tenho conhecimentos específicos na área, mas como pesquisador que trabalha no grupo de Engenharia Biomédica, tenho experiência no desenvolvimento de dispositivos médicos e achei que poderia ajudar”, disso professor Wong.
O Raspberry Pi é um minicomputador do tamanho de um cartão de crédito. Quando conectado à sonda na ponta dos dedos, ele pode ler dados continuamente e se comunicar via Wi-Fi com um servidor implantado pela equipe do Dr. Wong. “A parte mais desafiadora foi decodificar os dados que os monitores fornecem, porque existem vários fabricantes diferentes desses oxímetros e cada um tem seu próprio formato. Os estudantes de doutorado trabalharam dia e noite para decodificar os dados produzidos a partir desses dispositivos”, explicou o professor Willy Wong.
Um aspecto importante é a portabilidade da solução que o professor Wong e seus alunos criaram. “Em um ambiente hospitalar, não temos o luxo de colocar um notebook com fios em todos os lugares ao lado de cada paciente. O Raspberry Pi é algo que nossos alunos de graduação usam muito em seus projetos – apenas se conecta por cabo à sonda de saturação de oxigênio e depois outro cabo a uma tomada na parede para obter energia. É isso aí.”, destacou o pesquisador.
A nova configuração permite que médicos e enfermeiros leiam os níveis de saturação de oxigênio de um paciente a cada poucos minutos ou menos no setor de enfermagem. A equipe está trabalhando com o Hospital Mount Sinai e o Hospital Geral de Toronto para determinar a viabilidade e a demanda desses dispositivos. Sua solução é rapidamente implementável e escalável para outros locais, incluindo hospitais de emergência.
“Quando você monta uma solução rapidamente, há algumas coisas que você precisa ter em mente, incluindo preocupações como privacidade do paciente e segurança de dados, além da usabilidade do equipamento pela equipe médica da linha de frente”, concluiu o Dr. Willy Wong.
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Toronto (em ingês).
Fonte: Jessica MacInnis, Universidade de Toronto. Imagem: Harrison Broadbent, Unsplash.
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