Notícia
Bullying na infância pode aumentar chance de depressão e ansiedade na adolescência
Consciência e comunicação são peças-chave para enfrentar o problema
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Fonte
Universidade de Alberta
Data
sábado, 29 fevereiro 2020 13:20
Áreas
Comportamento Social. Neurociências. Psicologia. Psiquiatria. Saúde da Criança. Saúde Pública.
Crianças que sofrem bullying têm quase 40% mais chances de serem diagnosticadas com problemas de saúde mental quando adolescentes do que aquelas que não foram vítimas de bullying, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Alberta e da Universidade Dalhousie, no Canadá.
“O bullying é um importante problema de saúde pública”, afirmou o Dr. Paul Veugelers, professor e diretor da Unidade de Pesquisa em Intervenção em Saúde Pública da Escola de Saúde Pública da Universidade de Alberta. “As vítimas de bullying são mais propensas a enfrentar todos os tipos de problemas, em termos de baixa auto-estima, baixo desempenho escolar e problemas de saúde mental mais tarde na vida”, disse o especialista.
Os pesquisadores estudaram cerca de 5.000 alunos das escolas da Nova Escócia, no Canadá, por meio do Estudo de Estilo de Vida e Desempenho Escolar (CLASS). Enquanto 66% disseram que não haviam se envolvido em bullying, 24% relataram ter sofrido bullying, 4,5% relataram ter intimidado outras crianças e 4,5% disseram que foram vítimas e agressores.
Os resultados da pesquisa dos alunos foram vinculados diretamente aos seus registros médicos e foram seguidos por sete anos. Aqueles que relataram ter sido vítimas de bullying nos primeiros anos da escola tiveram 38% mais chances de serem diagnosticados com um distúrbio de saúde mental internalizante, como ansiedade ou depressão, durante os anos seguintes. As vítimas do sexo feminino eram mais propensas do que as vítimas do sexo masculino a precisar de serviços de saúde mental.
Os dados foram ajustados para levar em conta outras variáveis, como sintomas de saúde mental anteriores à pesquisa e status socioeconômico, conjugal e educacional dos pais das crianças.
“Tudo foi retirado da equação, de modo que 38% é totalmente atribuível ao fato de terem sofrido bullying”, disse o Dr. Veugelers.
Consciência e comunicação são chaves para mudanças
O Dr. Veugelers observou que o Dia Anti-Bullying, realizado na última quarta-feira de fevereiro no Canadá, ajuda a aumentar a conscientização sobre o bullying e as medidas que podem ser tomadas para impedi-lo. “Infelizmente, a atenção que é dada a esse problema é principalmente motivada por eventos dramáticos que atingem a mídia, como auto-agressão e suicídio. Mas com essa atenção da mídia, só se vê a ponta do iceberg. Este estudo fornece uma imagem mais ampla do que realmente está acontecendo”, destacou o pesquisador.
O Dr. Veugelers iniciou o Projeto “Promovendo a Vida Saudável para Todos nas Escolas” (APPLE Schools) em 2007 para testar se as intervenções escolares poderiam mudar o comportamento de saúde ao longo da vida das crianças. “Nós nos concentramos nas escolas porque é onde as coisas acontecem – é onde as crianças estão juntas e onde passam a maior parte de suas horas. O foco inicial era promover uma alimentação saudável e uma vida ativa, mas não demorou muito para adicionarmos a saúde mental, E foi um sucesso. É muito mais eficaz se você combinar intervenções”, ressaltou o especialista.
“Tentamos educar estudantes, pais, professores, administradores e outros funcionários sobre o que eles podem fazer para criar lugares seguros onde esse tipo de comportamento seja impedido. Ou, se acontecer, que seja identificado e as pessoas se sintam à vontade para apresentá-lo, para que não se perpetue.”, disse a Dra. Jenn Flynn, diretora executiva da APPLE Schools – fundação que agora trabalha com mais de 20.000 estudantes em 74 escolas na Colúmbia Britânica, Alberta, Territórios do Noroeste e Manitoba, no Canadá.
Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Canadian Journal of Puvlic Health.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Alberta (em inglês).
Fonte: Universidade de Alberta. Imagem: Freepik.
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