Notícia

Espectroscopia Raman na prática clínica: rede colaborativa europeia tenta difundir uso

Cristina Pinto, FCTUC.

Fonte

Universidade de Coimbra

Data

segunda-feira, 1 outubro 2018 10:30

Áreas

Bioeletrônica. Química Medicinal. Engenharia Biomédica. Medicina. Diagnóstico.

Apesar de se apresentar muito vantajosa para o diagnóstico precoce de múltiplas patologias, incluindo o câncer, talvez por desconhecimento, a técnica de espectroscopia Raman ainda é muito pouco aplicada na clínica. Na Europa, apenas alguns hospitais da Holanda, Alemanha e Reino Unido a utilizam.

Com o objetivo de introduzir esta técnica na clínica, mais de 150 pesquisadores  europeus formaram uma rede de colaboração, denominada Raman4Clinics, no âmbito das Ações COST – Cooperação Europeia em Ciência e Tecnologia. A reunião final da Raman4Clinics, seguida de uma “Escola de Verão”, vai realizar-se entre os dias 7 e 12 de outubro na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em Portugal, membro da rede através de uma equipe de pesquisadores da Unidade de pesquisa em “Química-Física Molecular”, liderada pelo Dr. Luís Batista de Carvalho e pela Dra. Maria Paula Marques.

Nesta reunião científica, os vários grupos de trabalho vão apresentar e discutir os avanços obtidos nos últimos três anos, bem como o impacto da aplicação da técnica junto aos usuários finais – médicos e pacientes – em meio hospitalar. Já a Escola de Verão tem como foco principal pesquisadores em início de carreira. Assim, jovens pesquisadores, principalmente estudantes de mestrado e de doutoramento, terão a oportunidade de aprender com os especialistas internacionais mais renomados da área da espectroscopia de Raman aplicada à Química Medicinal e Diagnóstico. Além de palestras, os participantes irão também ter sessões práticas “hands-on”.

A espectroscopia de Raman, identificada com o nome do cientista que a descobriu, o indiano Chandrasekhara Venkata Raman, ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1930, é uma técnica ótica de alta resolução que, através da incidência de radiação (luz) sobre uma amostra, consegue obter informações químicas em poucos segundos. Ou seja, fornece informações sobre os compostos presentes na amostra analisada.

É uma técnica “não invasiva, muito útil e vantajosa para a clínica, especialmente para o diagnóstico precoce de múltiplas patologias, nomeadamente doenças infecciosas, vários tipos de câncer de baixo prognóstico e bactérias hospitalares resistentes a antibióticos. Trata-se de uma técnica muito rigorosa que fornece informação imediata. Os doentes não têm assim que aguardar dias ou semanas pelos resultados de biópsias», afirmam o Dr. Luís Batista de Carvalho e a Dra. Maria Paula Marques.

Questionados sobre as causas que travam o uso da técnica na prática clínica, os especialistas explicam: “desconhecimento. É preciso quebrar barreiras e explicar aos clínicos que a espectroscopia Raman evoluiu muito nos últimos anos. Por exemplo, existem atualmente aparelhos de Raman portáteis, muito versáteis para utilizar em ambiente hospitalar e no centro cirúrgico e as imagens obtidas são de fácil interpretação”.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Coimbra.

Fonte: Cristina Pinto, FCTUC. Imagem: Cristina Pinto, FCTUC.

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