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Uso de anticoncepcional oral pode aumentar o risco de trombose

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Fonte

BMJ e IJN

Data

quinta-feira, 4 agosto 2016 12:00

Áreas

Ginecologia. Endocrinologia. Saúde Pública.

Os anticoncepcionais orais (ACO) são pílulas compostas por doses variadas de hormônios femininos, geralmente estrógeno e/ou progesterona na forma isolada ou combinada, que alteram o ciclo menstrual em mulheres com idade fértil. A correlação entre o uso de ACO e trombose ainda é pouco divulgada na literatura científica. Fatores de risco como diabetes, hipertensão arterial, obesidade, tabagismo, sedentarismo e antecedentes de tromboembolismo favorecem a ocorrência desse tipo de incidente.

Um estudo de Coorte publicado no último mês de março na revista científica British Medical Journal (BMJ), realizado por pesquisadores do Departamento de Saúde Pública  e da Agência Nacional de Saúde da França, analisou mais de 4 milhões de mulheres, com idade entre 15 e 49 anos de idade, que faziam uso de anticoncepcionais orais entre julho de 2010 e setembro de 2012.

O objetivo do estudo consistiu em avaliar o aumento do risco das participantes para a ocorrência de eventos tromboembólicos como: embolia pulmonar, acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e infarto do miocárdio. Esses tipos de complicações podem variar de acordo com o tipo de ACO e dosagem utilizada. Na amostra foram utilizados diferentes combinações de ACO e diversas dosagens de progesterona e estrógeno. Os resultados mostraram a ocorrência de 1800 casos de embolia pulmonar ( 33 casos a cada 100.000 mulheres), 1046 casos de AVC isquêmico (19 casos a cada 100.000 mulheres) e 407 infartos do miocárdio (7 casos a cada 100.000 mulheres). As mulheres com faixa etária acima de 45 anos apresentaram um risco quatro vezes mais elevado para os eventos tromboembólicos em comparação com mulheres abaixo dessa faixa etária. Dosagens mais elevadas (entre 30 e 40µg de estrógeno)  tiveram maior chance de ocorrência de problemas tromboembólicos. Dosagens de 20 µg de estrógeno diminuíram a incidência dessas complicações.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Outro estudo recente publicado em abril de 2016 na Revista Iraniana de Neurologia (Iranian Journal of Neurology – IJN) avaliou uma série de nove casos de trombose da veia cerebral (TVC) em mulheres que usavam anticoncepcionais orais durante os meses de julho e agosto de 2014-2015, correspondentes ao Ramadã (jejum). Nenhuma paciente possuía antecedentes de doença tromboembólica. Os sintomas mais comuns foram: dor de cabeça (100% dos casos) seguido por vômitos e tontura.  O estudo concluiu que a possibilidade da ocorrência de TVC fica aumentada com o uso de anticoncepcionais em períodos de jejum prolongado com baixa ingestão de água.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Fonte: BMJ e IJN. Imagem  Shutterstock.

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