Notícia

Teste rápido mostra sinais de sepse com uma única gota de sangue

Janet Sinn-Hanlon

Fonte

Universidade de Illinois em Urbana-Champaign

Data

quinta-feira, 27 julho 2017 07:20

Áreas

Medicina. Biotecnologia. Biomedicina. Análises Clínicas. Engenharia Biomédica. Terapia Intensiva. Sepse.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Illinois e do Hospital da Fundação Carle, nos Estados Unidos, completou um estudo clínico do dispositivo que é o primeiro a fornecer uma medida rápida (no local do paciente) da resposta do sistema imunológico, sem necessidade de processar o sangue.

Isso pode ajudar os médicos a identificar a sepse no início, monitorar pacientes infectados e até mesmo apontar para um prognóstico, disse o líder da equipe de pesquisa, o Dr. Rashid Bashir, professor de bioengenharia na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign. Os pesquisadores publicaram suas descobertas na revista científica Nature Communications.

A sepse é desencadeada por uma infecção no corpo. O sistema imunológico libera substâncias químicas que combatem a infecção, mas também causam inflamação generalizada, que pode levar rapidamente à falência de órgãos e morte.

A sepse atinge cerca de 20 por cento dos pacientes internados em unidades de terapia intensiva hospitalares, mas é difícil prever a evolução da resposta inflamatória no tempo, afirma a Dra. Karen White, médica de cuidados intensivos no Hospital da Fundação Carle. A Dra. Karen liderou o estudo clínico da pesquisa.

“A sepse é um dos problemas mais graves e que ameaçam a vida na UTI. Pode tornar-se mortal rapidamente, então um teste ao lado do leito que pode monitorar o estado inflamatório do paciente em tempo real nos ajudaria a tratá-lo mais rápido e com melhor precisão “, disse a médica.

A sepse é rotineiramente detectada monitorando os sinais vitais dos pacientes – pressão arterial, níveis de oxigênio, temperatura e outros. Se um paciente apresentar sinais de sepse, os médicos tentam identificar a origem da infecção com hemoculturas e outros testes que podem demorar dias – tempo que o paciente pode não ter. O novo dispositivo possui uma abordagem diferente

“Estamos olhando a resposta imune, em vez de focar na identificação da fonte da infecção”, explicou o Dr. Rashid Bashir. “O sistema imunológico de uma pessoa pode responder de forma diferente de outra pessoa para a mesma infecção. Em alguns casos, o sistema imunológico responderá antes da detecção da infecção. Este teste pode complementar a detecção e identificação de bactérias. Pensamos que precisamos de ambas as abordagens: detectar o patógeno, mas também monitorar a resposta imune“.

O pequeno dispositivo conta os glóbulos brancos totais, bem como células específicas chamadas neutrófilos, e mede um marcador de proteína chamado CD64 na superfície dos neutrófilos. Os níveis de CD64 aumentam à medida que a resposta imune do paciente aumenta.

Os pesquisadores testaram o dispositivo com amostras de sangue de pacientes na UTI e sala de emergência. Quando um médico suspeitou de infecção e pediu um exame de sangue, uma pequena gota do sangue extraído foi entregue aos pesquisadores, sem as informações de identificação para preservar a confidencialidade do paciente. A equipe foi capaz de monitorar a evolução dos níveis de CD64, correlacionando-os com os sinais vitais do paciente. Os pesquisadores descobriram que os resultados do teste rápido correlacionaram-se bem com os resultados dos testes tradicionais e com os sinais vitais dos pacientes.

“Ao medir o CD64 e as contagens de células brancas, conseguimos correlacionar o diagnóstico e o progresso do paciente – se eles estavam melhorando ou não”, disse o Dr. Umer Hassan, pesquisador de pós-doutorado em Illinois e um dos autores do estudo. “Esperamos que esta tecnologia seja capaz não apenas de diagnosticar o paciente, mas também fornecer um prognóstico”.

O Dr. Umer Bashir e colegas estão trabalhando para incorporar medidas para outros marcadores de inflamação no dispositivo de teste rápido, com o objetivo de fornecer uma análise mais completa e permitir a detecção precoce. O pesquisador iniciou uma start-up, a Prenosis Inc., que está trabalhando para comercializar o dispositivo.

“Queremos antecipar o diagnóstico”, disse o Dr. Bashir. “O grande desafio na sepse é que ninguém sabe quando você está infectado. Normalmente, você vai ao hospital quando já está doente. Então, o objetivo é que um dia você possa fazer o teste em casa, para que a infecção seja detectada o mais precocemente possível“, conclui o pesquisador.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Fonte: Liz Ahlberg Touchstone, Universidade de Illinois em Urbana-Champaign. Imagem: Janet Sinn-Hanlon.

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