Notícia
Pesquisa realizada na UFLA avalia os benefícios do atletismo para crianças autistas
Pesquisa teve como objetivo verificar os efeitos da realização de um programa de atletismo sobre o desenvolvimento do comportamento motor e das habilidades básicas da vida diária de crianças com autismo
Divulgação, UFLA
Fonte
UFLA | Universidade Federal de Lavras
Data
quinta-feira, 22 agosto 2019 09:55
Áreas
Educação Física. Saúde da Criança.
O Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Paradesporto da Universidade Federal de Lavras (UFLA) realiza várias atividades com práticas esportivas para pessoas com deficiência; uma delas é a pesquisa sobre a inserção do atletismo para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que há 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo 2 milhões somente no Brasil. Acredita-se que uma em cada 88 crianças apresenta traços de autismo, com prevalência cinco vezes maior em meninos.
A pesquisa realizada pelo Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Lavras (DEF/UFLA) teve como objetivo verificar os efeitos da realização de um programa de atletismo sobre o desenvolvimento do comportamento motor e das habilidades básicas da vida diária de crianças com TEA. As análises foram feitas pelo graduando em Educação Física Rodrigo Pereira da Silva, com a orientação da professora Dra. Nathália Maria Resende, e foram realizadas durante 12 semanas com crianças diagnosticadas com autismo no município de Lavras.
Foi realizada uma avaliação motora no início e no término das intervenções, com o objetivo de verificar o nível de força, destreza, velocidade, equilíbrio e coordenação das crianças participantes. A avaliação teve um intuito comparativo, para verificar os efeitos da realização do programa de atletismo sobre o desenvolvimento do comportamento motor de crianças com TEA.
Os pesquisadores explicam que esses testes biomotores respeitam a individualidade de cada criança, que é avaliada separadamente. “Todos os testes tiveram resposta positiva. As crianças que tinham uma autonomia maior apresentaram resultado motor melhor e as crianças que tinham menor autonomia e maior dificuldade para se socializar apresentaram resultados melhores na socialização”, explica o estudante Rodrigo Pereira.
O número de diagnósticos de crianças com TEA tem aumentado nos últimos anos e gera discussões mais intensificadas sobre esse transtorno do neurodesenvolvimento, que compromete processos fundamentais de socialização, comunicação e aprendizado. A professora Nathália Resende relata que “o desenvolvimento dessas práticas corporais são ótimas estratégias pedagógicas para aquisição dessas habilidades e diminuição de todo distúrbio provocado por esse transtorno, que interfere na capacidade biomotora dessas crianças”.
As atividades envolveram saltos, corrida, ultrapassagem de obstáculos e manipulação de materiais desenvolvidos com atividades lúdicas para que ocorresse a inclusão de todas as crianças. Por meio do questionário aplicado aos pais, os pesquisadores avaliaram as habilidades básicas da vida diária para saber o nível de autonomia. “A mãe de uma das crianças participantes da pesquisa relatou que seu filho apresentou melhoras significativas após a inserção no projeto, desenvolvendo habilidades básicas, além de conseguir saltar com os dois pés. O desenvolvimento da fala foi a principal realização para ela, pois muitas palavras estão sendo ditas por ele agora”, comenta Rodrigo.
Participam deste projeto crianças de até 12 anos incompletos diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e filiadas à Associação Regional para o Desenvolvimento do Cidadão com Transtorno do Espectro Autista (Associação CONTATO).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Lavras.
Fonte: Greicielle dos Santos – bolsista Dcom/Fapemig. Imagem: Divulgação, UFLA.
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