Notícia
Novo sistema permitirá administração oral de insulina
Sistema baseado em nanopartículas vai permitir substituir as injeções de insulina e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com diabetes tipo 1
Shutterstock
Fonte
Universidade do Porto
Data
quinta-feira, 27 agosto 2020 06:45
Áreas
Biotecnologia. Engenharia Biomédica. Medicina. Nanotecnologia.
Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, em Portugal, desenvolveu um sistema baseado em nanopartículas para a administração oral de insulina em pacientes com diabetes. Esta tecnologia consegue ultrapassar os ácidos do estômago e a barreira intestinal e chegar à corrente sanguínea com eficácia. O objetivo é substituir as injeções de insulina e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com diabetes tipo 1.
O trabalho, desenvolvido em colaboração com pesquisadores do Hospital Universitário de Oslo, na Noruega, foi validado em modelo de camundongos transgênicos e diabéticos. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Journal of Controlled Release.
O Dr. Bruno Sarmento, líder do grupo Nanomedicines & Translational Drug Delivery e um dos autores do artigo, explicou a estratégia seguida pela equipe: “Optamos por encapsular o fármaco, a insulina, em nanopartículas biodegradáveis por forma a que o medicamento chegasse nas melhores condições à corrente sanguínea. Estas nanopartículas são revestidas com albumina modificada, sendo direcionadas para um receptor específico. Este receptor, o FcRn, transporta albumina e IgGs humanos e permite-lhes escapar à degradação natural que ocorre no interior das células”.
Nanopartículas poderão libertar insulina de forma “inteligente”
A pesquisadora Dra. Cláudia Azevedo, primeira autora do artigo, conta que esteve alguns meses na Noruega onde produziu albuminas com diferentes tipos de mutação para encontrar a melhor solução de transporte de fármacos. “Testamos primeiro em células (in vitro) e depois em animais (in vivo) transgênicos nos quais induzimos diabetes tipo 1 e verificamos que estas nanopartículas com albumina humana conseguem, em uma hora, reduzir em 40% os níveis de glicose. Este efeito acentuado é mantido durante 3 horas, sendo depois inferior até 8 horas. O objetivo é que o fármaco seja libertado de forma controlada e prolongada para diminuir as administrações de insulina”.
Entretanto, a investigadora esteve em Boston, onde testou, com sucesso, esta tecnologia em tecido de intestino removido de porcos, um modelo animal mais semelhante ao humano. Além de insulina, destacou o Dr. Bruno Sarmento, “esta estratégica tem várias aplicações e pode ser utilizada para entrega de outros fármacos encapsulados”.
O próximo passo, adiantou a Dra. Cláudia Azevedo, é “melhorar o efeito e a durabilidade do fármaco no organismo mas, principalmente, tornar estas nanopartículas mais inteligentes, ao ponto de libertarem insulina de acordo com os níveis de glicose. Isso é possível colocando biossensores na superfície das nanopartículas”.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.
Fonte: Luísa Melo, i3S/Universidade do Porto. Imagem: Shutterstock.
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