Notícia
Gravidez e gripe: a necessidade da vacina
Estudo publicado por pesquisadores da Nova Zelândia destacou os riscos graves de infecção por influenza (gripe) durante a gravidez
Divulgação
Fonte
Universidade de Auckland
Data
quarta-feira, 18 dezembro 2019 17:35
Áreas
Medicina. Imunologia. Saúde da Mulher.
Um estudo publicado por médicos da Nova Zelândia destacou os riscos graves de infecção por influenza (gripe) durante a gravidez.
O estudo, envolvendo pesquisadores da Universidade de Auckland e da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, estimou que a pandemia de influenza de 1918 na Nova Zelândia causou uma queda significativa no número de nascimentos, principalmente no ano de 1919 (100 anos atrás). A causa foi estimada em grande parte devido a abortos espontâneos – que são conhecidos por surgirem de infecções por influenza durante a gravidez. Os resultados do estudo foram publicados no último dia 13 de dezembro na revista científica New Zealand Medical Journal.
A professora Dra. Nikki Turner, diretora do Centro Consultivo de Imunização da Nova Zelandia e coautora do estudo, disse que essas descobertas destacam a importância da proteção para as mulheres grávidas, incluindo o uso da imunização contra a gripe durante a gravidez. “Em uma pandemia, devemos priorizar a proteção de mulheres grávidas contra infecções usando todos os meios comprovados disponíveis”, destaca a pesquisadora, que afirma que essas questões também são relevantes para a temporada de gripe que temos todos os anos. A gripe sazonal em mulheres grávidas também causa abortos espontâneos – e há ainda um risco aumentado de morte para as próprias mulheres.
Muitas mudanças ocorrem no corpo de uma mulher durante a gravidez. Alterações na função pulmonar, imunidade e aumento do débito cardíaco e consumo de oxigênio significam que as mulheres grávidas têm cinco vezes mais chances de serem hospitalizadas com influenza do que as mulheres que não estão grávidas.
“De fato, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as mulheres grávidas tenham alta prioridade para a vacinação”, explica a Dra. Nikki Turner.
“A imunização anual contra influenza também é importante para quem entra em contato com mulheres grávidas. Pesquisas recentes mostram que você pode infectar outras pessoas com o vírus da gripe mesmo quando você não está apresentando sintomas ”, acrescenta a especialista.
No Brasil
No Brasil, o Ministério da Saúde oferta gratuitamente, por meio do Programa Nacional de Imunizações, quatro vacinas para gestantes: dTpa (difteria, tétano e coqueluche); dT (difteria e tétano); hepatite B. Além disso, a vacina contra a gripe (influenza), também é ofertada durante campanhas anuais.
Verdades e Mentiras sobre a vacinação em gestantes
Ainda há muitos mitos sobre a vacinação durante a gravidez que precisam ser esclarecidos. Recentemente, o Ministério da Saúde (através do Blog da Saúde) conversou com a Dra. Carla Domingues, que coordenou o Programa Nacional de Imunizações (PNI) até julho de 2019, para sanar algumas dessas dúvidas:
NÃO. Vários estudos têm demonstrado a possibilidade de as grávidas tomarem mais de uma vacina ao mesmo tempo. Quando a gestante for vacinar contra a gripe, por exemplo, pode aproveitar a oportunidade e atualizar a caderneta de vacinação. Mas, em todas as situações, deve se seguir o que for orientado pelo profissional de saúde e também quais vacinas estão indicadas no Programa Nacional de Imunizações (PNI) para gestantes.
SIM. Na rotina de vacinação a gestante não deve ser vacinada com vacinas vivas e atenuadas, que contém agentes infecciosos vivos, mas extremamente enfraquecidos, como a BCG, tríplice viral e varicela. Se uma mulher não sabe que está grávida e for vacinada com esse tipo de vacina, ela deve ser acompanhada pelo serviço de saúde capaz de acompanhar qualquer reação e/ou problema de saúde em decorrência da vacina.
Atenção para a vacina da febre amarela! Apesar de evidências científicas demonstrarem que vacinas como febre amarela e tríplice viral não causam danos ao feto, por precaução, não se recomenda a vacinação durante a gestação. Mas, em situação de surto da doença, as gestantes, independentemente da idade gestacional, não vacinadas ou sem comprovante de vacinação deve considerar o risco de adquirir a doença e, por causa disso, vacinar. É o serviço de saúde quem deve avaliar, caso a caso, o risco/benefício da vacinação.
NÃO. Nem na gestante e nem em ninguém. A vacina da gripe usa vírus inativado (morto) em sua composição, portanto, não é possível que provoque a doença causada pelos 3 tipos de vírus contidos na vacina.
NÃO. A vacina em gestantes pode ser administrada com segurança mesmo que a pessoa esteja usando antibiótico.
É preciso que a gestante faça uma avaliação em um serviço de saúde para saber se o caso específico requer adiamento ou contraindicação da vacina. O profissional de saúde quem deve orientar a gestante nesses casos!
Acesse a publicação completa “Verdades e mentiras sobre a vacinação em gestantes” no Blog da Saúde.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Auckland (em inglês).
Fonte: Nicola Shepheard, Universidade de Auckland e Blog da Saúde. Imagem: Divulgação.
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