Notícia
Como fazer uma máscara caseira tão efetiva quanto as máscaras profissionais?
Pesquisadores estudaram a efetividade de vários tipos de tecidos comuns no bloqueio do novo coronavírus
Vera Davidova via Unsplash
Você provavelmente já ouviu falar que máscaras caseiras podem impedir que você espalhe inadvertidamente o coronavírus quando tosse, espirra, fala, canta, ri ou expira. Você também deve ter ouvido falar que elas não são tão eficazes no bloqueio de partículas virais quanto as máscaras profissionais N95, usadas para impedir que profissionais de saúde inalem micróbios nocivos, como o coronavírus SARS-CoV-2.
Mas quando o Dr. Steve Lustig, professor de Engenharia Química da Universidade Northeastern, nos Estados Unidos, sai para a rua, ele cobre o rosto com uma máscara caseira que tem a mesma capacidade de reter partículas virais que uma N95. Sua máscara consiste em várias camadas de tecido. E o Dr. Lustig confia nela porque ele e sua equipe testaram esses materiais em laboratório.
Após testar como nanopartículas penetram em mais de 70 combinações de tecidos, a equipe de pesquisa encontrou várias combinações de materiais comuns que podem ser tão eficazes no bloqueio de partículas de coronavírus quanto as máscaras N95 – ou ainda melhor. O truque, afirma o Dr. Lustig, está na estratificação dos tecidos.
“A maioria dos tecidos não é tão boa quanto as máscaras N95. Mas ninguém realmente fez a pergunta de quantas camadas seriam necessárias para que uma máscara de algodão, por exemplo, seja tão boa quanto uma N95”, destaca o pesquisador.
Um dos aspectos mais importantes sobre os tecidos que podem bloquear partículas virais é combinar materiais que tenham fibras suficientes para aumentar suas chances de capturar ou absorver as partículas virais. Outra parte importante desse quebra-cabeça é usar pelo menos uma camada com propriedades hidrofóbicas, para repelir substâncias aquosas, como gotículas respiratórias das vias aéreas, e impedir que elas passem pela máscara. Se o líquido umedece o tecido, ele pode transportar material viral através da máscara.
Essa combinação de camadas, além de um ajuste confortável ao redor do rosto e um distanciamento físico adequado, pode contribuir para um sistema de defesa significativo, destaca o Dr. Lustig.
As descobertas do professor Lustig e sua equipe mostram que as camadas absorventes que podem parar as partículas de coronavírus com a mesma eficiência de uma máscara N95 incluem aquelas que usam tecido de Terry (Terrycloth), algodão acolchoado e flanela. As melhores camadas repelentes de água a serem adicionadas a essas combinações envolvem polipropileno não tecido e materiais consistindo de poliéster e poliamida, uma mistura usada em tecidos de jalecos, por exemplo.
A equipe também testou algodão revestido com Scotchgard, um protetor comercial de tecidos e estofados que repele a água. Essa é uma maneira de transformar um tecido em uma barreira para repelir a água, disse o Dr. Lustig.
“Com muitos tipos de algodão, uma ou duas camadas não funcionam. Mas várias camadas serão eficazes e, se você tiver pelo menos uma ou duas camadas hidrofóbicas, obterá uma proteção muito boa”, realça o pesquisador.
O Scotchgard pode ser útil. Mas as pessoas não devem respirar o spray diretamente e não devem usá-lo nas camadas de tecido mais próximas da boca, destaca o Dr. Lustig. A ideia é usar Scotchgard, se essa é a única opção que as pessoas têm para repelir a água, borrifando-o na camada externa ou média de uma máscara e deixá-lo secar antes de usar a máscara.
Como gotículas virais expelidas por uma pessoa, as gotículas de água que transportam as nanopartículas podem se acumular na superfície de um material. Isso pode fazer parecer que as partículas não passarão pelo tecido. Mas os testes da equipe mostraram que a capacidade de absorção por si só não está relacionada com a capacidade de bloquear as partículas semelhantes a vírus.Quando as gotas se acumularam na superfície dos materiais que a equipe testou, as mudanças no fluxo de ar destinadas a replicar a respiração de um usuário de máscara ajudaram as nanopartículas a passar.
“Esta é uma possibilidade real, porque se você espirra ou se você tem um tipo de tosse úmida, pode inundar sua máscara. [Reter essa umidade] é o objetivo das camadas hidrofóbicas”, disse o professor.
Devido ao efeito que a respiração pode ter sobre a eficiência de uma máscara facial, o Dr. Lustig diz que tentar mudar a maneira como as pessoas respiram também pode ajudar as pessoas em situações nas quais eles enfrentam um risco maior de inalar o coronavírus. “Se alguém acabou de espirrar na sua frente e não está usando máscara, é melhor você apenas prender a respiração enquanto passa por ela ou se virar para se afastar antes de começar a respirar profundamente em sua máscara novamente ”.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Northeastern (em inglês).
Fonte: Roberto Molar Candanosa, Universidade Northeastern. Imagem: Vera Davidova via Unsplash.
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