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Baixa qualidade do sono pode estar associada à inflamação crônica e artérias obstruídas

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Fonte

Universidade da Califórnia em Berkeley

Data

sábado, 6 junho 2020 08:10

Áreas

Cardiologia. Medicina. Neurociência. Psicologia, Sono.

Sono noturno interrompido e artérias obstruídas podem surgir à medida que envelhecemos. Embora ambos os distúrbios possam parecer não relacionados, um novo estudo da Universidade da Califórnia em Berkeley (UC Berkeley), nos Estados Unidos, ajuda a explicar por que eles estão, de fato, patologicamente interligados.

Cientistas do sono da UC Berkeley começaram a revelar que o sono noturno fragmentado pode levar ao acúmulo de placa arterial gordurosa conhecida como aterosclerose, que pode resultar em doenças cardíacas fatais.

“Descobrimos que o sono fragmentado está associado a uma via única – inflamação circulante crônica ao longo da corrente sanguínea – que, por sua vez, está ligada a quantidades maiores de placas nas artérias coronárias”, disse o autor sênior do estudo, Dr. Matthew Walker, professor de psicologia e neurociência da UC Berkeley.

As descobertas, publicadas no dia 4 de junho na revista científica PLOS Biology, acrescentam que a má qualidade do sono é um fator de risco essencial para doenças cardiovasculares, o que tem causado cerca de 12.000 mortes por semana nos Estados Unidos.

“Até onde sabemos, esses dados são os primeiros a associar fragmentação do sono, inflamação e aterosclerose em seres humanos”, disse o Dr. Raphael Vallat, pesquisador de pós-doutorado no Centro de Ciência do Sono da UC Berkeley.

Os fatores de risco estabelecidos para doenças cardiovasculares em humanos incluem dieta inadequada, falta de exercício, obesidade, hipertensão e tabagismo.

Usando modelos estatísticos, os pesquisadores analisaram os dados de diagnóstico de mais de 1.600 adultos de meia-idade e mais velhos, usando um conjunto de dados nacional conhecido como Estudo Multiétnico de Aterosclerose. Para isolar o efeito da qualidade do sono na saúde do coração, o estudo controlou a idade, etnia, sexo, índice de massa corporal, distúrbios do sono, pressão arterial e comportamentos de alto risco, como fumar.

Os pesquisadores acompanharam os resultados dos participantes do estudo, analisando seus exames de sangue, suas pontuações de cálcio que podem medir o acúmulo de placas, bem como várias medidas diferentes de sono. O resultado final claramente vinculou os padrões de sono interrompidos a concentrações mais altas de fatores inflamatórios circulantes e, especificamente, de glóbulos brancos conhecidos como monócitos e neutrófilos, que são os principais atores da aterosclerose, disseram os pesquisadores.

“Ao revelar esse vínculo com a inflamação crônica, os resultados sugerem que um intermediário oculto está mediando a relação entre o sono fragmentado e o endurecimento dos vasos sanguíneos”, disse o Dr. Matthew Walker.

As descobertas que ligam o sono de má qualidade à aterosclerose por meio de inflamação crônica têm importantes implicações na saúde pública, disseram os pesquisadores.

“Esse vínculo entre sono fragmentado e inflamação crônica pode não estar limitado a doenças cardíacas, mas pode incluir saúde mental e distúrbios neurológicos, como depressão e doença de Alzheimer”, concluiu o Dr. Walker.

Dicas para melhorar a qualidade do sono:

• Mantenha uma rotina regular de sono, indo para a cama e acordando no mesmo horário todos os dias.
• Como parte de uma rotina de desaquecimento noturno, evite assistir a telas de computadores, smartphones e TV na última hora antes de dormir e mantenha telefones e outros dispositivos digitais fora do quarto.
• Faça algum tipo de exercício físico durante o dia.
• Obtenha exposição à luz natural, especialmente na primeira metade do dia.
• Evite estimulantes, como cafeína, e sedativos, como álcool, no final do dia.
• Se você não conseguir dormir, saia da cama e faça uma atividade relaxante longe do quarto, como ler com pouca luz. Só volte para a cama quando estiver com sono.
• Faça uma triagem para apneia do sono se você ronca muito e/ou se sente excessivamente cansado durante o dia.
• Consulte o seu médico se estiver com insônia e informe-se sobre a terapia cognitivo-comportamental para insônia.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade da Califórnia em Berkeley (em inglês).

Fonte: Yasmin Anwar, Universidade da Califórnia em Berkeley. Imagem: Freepik.

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